Adriana Caitano, Juliana Braga
O PSDB protocolou ontem na Procuradoria Geral da República (PGR) uma representação acusando a presidente Dilma Rousseff de cometer improbidade administrativa ao utilizar cadeia nacional de rádio e TV para fins eleitoreiros. Para o partido, Dilma antecipou a campanha pela reeleição ao anunciar a redução da tarifa de energia elétrica, na semana passada. Antes da decisão da PGR, o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, já anunciou que vai apresentar a defesa formal da presidente.
A oposição argumenta que Dilma Rousseff alterou os padrões utilizados normalmente em pronunciamentos anteriores. Gravou o pronunciamento com roupa vermelha — do PT —, trocou o brasão da República pela logomarca do governo federal e deu destaque maior para o primeiro nome da presidente, no mesmo padrão utilizado nas peças da campanha eleitoral de 2010. Os tucanos reclamam ainda das indiretas de Dilma aos opositores do governo.
“A conduta dela de se valer da estrutura do Estado para fazer uma campanha antecipada implica improbidade administrativa. Ela confundiu o governo com a nação, taxou quem é contrário à postura dela de pessoa que não ama o país”, reclamou o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP).
Ao saber da representação, Luís Inácio Adams adiantou que vai encaminhar à PGR a defesa da presidente Dilma Rousseff, mesmo sem, segundo ele, haver uma obrigação jurídica. Na opinião do ministro, o pronunciamento do dia 23 obedece à prerrogativa que a presidente tem de convocar cadeia nacional de rádio e TV para informar a população sobre políticas públicas importantes, como a da redução do preço da energia.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, também nega que Dilma tenha feito campanha. “Esse negócio da energia elétrica era fundamental que ela falasse. Estava começando a haver um terrorismo, gente começando a deixar de investir por falta de energia. Isso é uma mentira e, por isso, ela tomou aquela medida”, justificou. Carvalho avalia que a presidente usou o tom adequado para a situação. “O tom foi forte, porque forte foi a especulação. Precisava reagir à altura.”
Ontem, Dilma voltou a falar sobre a tarifa de energia elétrica. Ela criticou as gestões anteriores do setor. “Nada funcionava, incluindo o mercado atacadista de energia: não pagava ninguém, não recebia de ninguém”, disse a presidente, em discurso na inauguração de uma usina de geração eólica em Sergipe.
Fonte: Correio Braziliense
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