Dissidente do PMDB, Jarbas diz que eleição de Renan Calheiros fará o Senado"viver momentos muito ruins"
Eugênia Lopes
BRASÍLIA - Dissidente do PMDB alinhado à oposição, Jarbas Vasconcelos (PE) defendeu ontem que Renan Calheiros (AL) desista de disputar a sucessão para a presidência da Casa. Para Jarbas, a candidatura do atual líder do PMDB não tem condições de ser levada adiante após a denúncia da Procuradoria-Geral da República. Ele diz que a eleição do correligionário pode levar o Senado ao "imponderável", a "uma coisa negra". E sentenciou: "Não voto no Renan em hipótese nenhuma".
O que o senhor achou da proposta do senador Aécio Neves para que Renan desista de disputar a presidência do Senado?
Acho uma boa proposta. A parte do PMDB mais sensata tem de trocar o Renan por uma pessoa como o senador Luiz Henrique e torná-lo candidato do partido por consenso. Queremos restaurar a candidatura do Luiz Henrique e mostrar que o Renan está denunciado pelo Ministério Público. Um candidato como Renan pode trazer momentos muito ruins para o Senado, como aconteceu no passado. É um mergulho no imponderável; é uma coisa negra.
Luiz Henrique já foi consultado sobre sair candidato?
Ainda não conseguimos falar com ele. Mas ele só sairá candidato, se for por consenso. E isso dificilmente vai ocorrer até porque os comandados pelo Sarney não aceitam isso.
Por que nem o senhor nem Pedro Simon são candidatos?
Nós seriamos candidatos de protesto. E já existem dois candidatos assim: os senadores Randolfe Rodrigues, do PSOL, e Pedro Taques, do PDT. Defendo que os dois candidatos alternativos se entendam e lancem uma candidatura única.
O senhor vai votar no Renan?
Não voto no Renan em hipótese nenhuma. Eu acompanhei, vivi de perto todas as denúncias contra ele. Denúncias feitas no outro dia, mas que quase dois terços do Senado não viveram porque não estavam aqui. É demais admitir a candidatura de Renan calado. O Renan imaginou que, se apresentando com o candidatado só na véspera da eleição para a presidência do Senado iria escapar das denúncias. Isso é uma bobagem.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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