Eduardo Campos recruta um time de pesos pesados em comunicação para dar suporte à sua candidatura presidencial
Bruna Serra
Maior arma de uma disputa eleitoral, responsável por vitórias marcantes e derrotas inesquecíveis, a comunicação é a alma de qualquer campanha. Experiente que é em disputas majoritárias, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), está se cercando de profissionais especialistas nas mais diversas áreas da comunicação para enfrentar a presidente Dilma Rousseff (PT) nas urnas.
Ciente de que o jogo está começando antecipado em mais de um ano, o pernambucano articula a montagem de um quartel-general de comunicação. A ideia é monitorar as ações do governo petista, o que amplia a possibilidade de explorar as falhas cometidas pela presidente Dilma Rousseff (PT), bem como sua relação com os partidos da base, que o governador julga desgastada. Pescar os insatisfeitos é a meta do momento estabelecida pelo presidenciável socialista.
Do escritório também será possível avaliar quais são os momentos mais oportunos para que o governador desembarque em Brasília e apareça destacando sempre posições que gerem ainda mais alvoroço na coalizão comandada por Dilma Rousseff. No comando das estratégias de comunicação estão perfis diferenciados de profissionais que já trabalham com o governador e têm inserção no cenário nacional.
O queridinho é o argentino Diego Brandy, que conta com a total confiança do chefe e coordenou a campanha do prefeito Geraldo Julio (PSB) no Recife ano passado. A dupla Duda Mendonça - que foi o mentor do sucesso "é só você querer e o amanhã assim será. Bate o pé de diga Lula, eu quero Lu-lá" - e o sociólogo Antônio Lavareda, que ganhou fama nas campanhas do PSDB, também estão na equipe de Campos.
Recentemente, o sociólogo foi o responsável por uma pesquisa em que ouviu 8 mil pessoas em todo o Brasil. A sondagem, apesar de oferecido também um resultado quantitativo, teve como foco as escutas qualitativas, aquelas em que se quer saber os problemas que mais afetam a população, que lhe são caros.
A sondagem teve como objetivo ajudar a traçar a estratégia a ser adotada para sensibilizar os brasileiros nessa fase de pré-campanha, bem como sentir a receptividade do discurso adotado por Eduardo até aqui.
Outro antigo companheiro de comunicação do governador é o publicitário Edson Barbosa. Ele detém a conta de propaganda nacional do PSB. Foi sua equipe que desenvolveu os vídeos veiculados nas inserções da legenda no início deste mês, mostrando experiências bem sucedidas das administrações pessebistas. Barbosa tem excelente circulação em Brasília e está no time de profissionais com o respaldo de ter capitaneado a campanha que fez Eduardo Campos chegar ao poder em Pernambuco quando ainda amargava o terceiro lugar nas pesquisas com o slogan "É Eduardo, É!".
Os socialistas avaliam entre si, nos bastidores, que a campanha a ser travada pelo Palácio do Planalto em 2014 terá contornos semelhantes a de 2006. Ponderam que o governador sairá de percentuais modestos para a vitória, graças a sua capacidade de dialogar - num eventual segundo turno - com uma parcela do eleitorado que teria menos simpatia pelo PT e mais afinidades com Aécio Neves (PSDB) ou a ex-senador Marina Silva, caso ela consiga consolidar o Rede Sustentabilidade.
O trabalho político também está tendo como base a comunicação.Pesquisas vem sendo feitas por Estados, para identificar o perfil dos prefeitos, senadores, deputados estaduais e federais que mais se adequam ao palanque que Campos deseja montar. Dois pré-requisitos já estão definidos: pouca vulnerabilidade a cooptação por parte do governo federal e baixa capacidade de se intimidar com eventuais reações mais abruptas do Planalto.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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