• Corrupção ativa e lavagem de dinheiro estão entre as acusações que serão feitas contra os investigados de seis empreiteiras
- Zero Hora (RS)
O Ministério Público Federal (MPF) vai oferecer nesta semana denúncia à Justiça Federal contra 11 executivos de seis empreiteiras, presos há 24 dias na Polícia Federal, em Curitiba. Eles devem ser acusados pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude em licitação e formação de cartel. Os procuradores ainda analisam se vão denunciá-los por organização criminosa.
Em entrevista ao Jornal Nacional de sábado, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, explicou que advogados dos executivos das empreiteiras o procuraram para verificar a possibilidade de um acordo. Foram feitas três reuniões, mas a defesa não concordou com o primeiro passo a ser dado nessa situação: os executivos teriam de reconhecer seus atos criminosos.
– Os crimes praticados por agentes econômicos e políticos estão sendo investigados e vão ser levados à Justiça. Essa investigação, no que se refere à parte penal, irá até o fundo e até as últimas consequências. Nós estamos seguindo o dinheiro e vamos alcançar a todos esses infratores. Que são delinquentes – afirmou.
Depois de terem ido à Suíça em busca de parte do dinheiro desviado, os procuradores da Lava- Jato irão aos Estados Unidos para ter acesso à investigação feita pela Securities and Exchange Commission. A SEC americana equivale à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) do Brasil e está investigando a Petrobras.
Procurador reage a tentativas de descrédito
O procurador-geral disse ainda que receberá amanhã os depoimentos sigilosos do doleiro Alberto Youssef, considerado um dos principais operadores do esquema, no acordo de delação premiada. Será com base nas informações de Youssef e também no depoimento do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, a ProcuradoriaGeral da República vai pedir autorização ao Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar a eventual participação de autoridades com foro privilegiado, como deputados e ministros.
Em nota divulgada sábado, Janot diz que "não permitirá que prosperem tentativas de desacreditar as investigações e os membros desta instituição". O procurador diz que enviou o texto "em função das recentes notícias veiculadas na imprensa". Em sua última edição, a revista IstoÉ publicou matéria dizendo que Janot se reuniu com empreiteiras e propôs plano para impedir que Planalto seja investigado.
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