Candidato social-liberal estaria à frente de Marine Le Pen, da extrema direita, mas ainda dentro da margem de erro das pesquisas
Andrei Netto | O Estado de S. Paulo
PARIS - Às vésperas do fim da campanha eleitoral, as últimas pesquisas de opinião indicam que o social-liberal Emmanuel Macron, do movimento En Marche!, se consolidou na liderança da corrida presidencial na França, à frente de Marine Le Pen, da Frente Nacional (FN).
Todas as sondagens apontam um empate técnico, já que os resultados de ambos estão dentro da margem de erro. Le Pen ainda pode perder o segundo lugar para o conservador François Fillon ou para o radical de esquerda Jean-Luc Mélenchon.
A nova rodada de pesquisas foi a penúltima antes do fim da campanha eleitoral na França, na sexta-feira, 21. Segundo o instituto BVA, o dissidente do Partido Socialista (PS) e hoje representante do movimento En Marche! teria 24% dos votos, enquanto a candidata de extrema direita alcançaria 23%.
Os dois disputariam o segundo turno, eliminando Fillon, do partido Republicanos, e o radical de esquerda Mélenchon, do movimento França Insubmissa. Os quatro formam o grupo dos quatro candidatos com chances concretas de chegar ao segundo turno.
Indecisos. Um dos fatores de grande incerteza na eleição francesa é o total de pessoas ainda indecisas ou que preferem não revelar seu voto, que chega a 29% do eleitorado. Projeções do BVA e de outros institutos franceses mostram também que Macron tem grandes chances de superar sua concorrente de extrema direita no segundo turno, com 65% das intenções de voto, contra 35% da nacionalista. Um total de 16% preferiu não responder à pesquisa.
Ao mesmo tempo em que as sondagens mostram um cenário apertado, mas estável, a campanha continua com o corpo a corpo dos candidatos e com comícios em todo o país. Hoje, o candidato do Partido Socialista (PS), Benoit Hamon, realizou discursou na Praça da República, no centro de Paris – com participação de pouco mais de 10 mil pessoas.
Em Marselha, Marine Le Pen fez seu último comício antes da votação reforçando sua proposta de controle rigoroso da imigração. Em Nantes, Macron falou a partidários e contou com apoio do ministro da Defesa, Jean-Yves Le Drian. Ele frisou o combate ao terrorismo – após a prisão de dois suspeitos de terrorismo em Marselha, no sul do país.
Enquanto os dois favoritos disputam os últimos votos dos indecisos, Fillon, ex-primeiro-ministro de Nicolas Sarkozy (2007-2012) e ex-favorito absoluto a vencer a corrida ao Palácio do Eliseu, realizou comício em Lille, no norte do país.
Entre os militantes do ex-premiê estão Frigide Barjot, ex-personalidade da noite francesa transformada em uma das líderes do movimento católico, que apoia o candidato. “François será o presidente. Veja quantas pessoas estão presentes”, disse a militante católica e contrária a casamento entre pessoas do mesmo sexo.
A candidatura de Fillon perdeu terreno no mês de janeiro, após a revelação de que ele empregou como assessores parlamentares em seu gabinete a mulher e dois de seus filhos em supostos empregos fantasmas – um escândalo de cerca de € 900 mil. Quase três meses depois, o conservador tenta chegar ao fim da campanha em empate técnico na disputa com Marine Le Pen.
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