quarta-feira, 30 de maio de 2018

Setor produtivo acumula perdas bilionárias com greve

Abastecimento recomeça lentamente e preços se mantêm elevados

Produtores jogaram fora mais de 360 mil litros de leite

Indústria, comércio e serviços acumulam perdas bilionárias com os nove dias de paralisação dos caminhoneiros. Faltam estoques no varejo e matéria prima na indústria. O Porto de Santos, principal do país, opera com restrições. A Confederação Nacional da Agricultura calcula que o setor perdeu R$ 6,6 bilhões. Produtores jogaram fora mais de 360 mil litros de leite, prejuízo de R$ 1,2 bilhão. O abastecimento das cidades recomeçou ontem lentamente. No Rio, a Ceasa recebeu verduras, legumes e frutas que chegaram aos consumidores em quantidades limitadas e com preços elevados. Postos de gasolina continuavam com longas filas. O Senado aprovou o projeto que reonera a folha de pagamento de 28 setores e manteve o texto enviado pela Câmara, em que os deputados zeraram a alíquota de PIS/Cofins do diesel, o que provocaria renúncia fiscal de R$ 12 bilhões. O presidente Michel Temer anunciou que vai vetar esse item do projeto.

A conta bilionária da crise

Setores acumulam perdas com greve. Infiltrados impedem volta ao trabalho de caminhoneiros

- O Globo

No nono dia de paralisação dos caminhoneiros, indústria, comércio e serviços já contabilizam perdas bilionárias. Algumas cidades começaram a receber mais combustível e alimentos, mas a situação ainda está longe da normalização. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, os pontos de concentração de motoristas de caminhão aumentaram de 594 na segunda-feira para 616 na noite de ontem. O governo chegou a informar que não havia mais bloqueios, mas nas o cenário é muito diferente. Lideranças sindicais denunciaram que caminhoneiros que pretendem retornar ao trabalho estão sofrendo ameaças, agressões e temem mais retaliação. Desde o começo da semana, o governo tem afirmado que o movimento foi afetado por infiltrados com motivações políticas.

O presidente Michel Temer afirmou ontem que o governo já “espremeu” todos os recursos para atender às demandas dos caminhoneiros e que não há mais margem para negociação com a categoria.

Apesar dos esforços do setor produtivo, a economia vai demorar a voltar à normalidade, o que terá impacto negativo sobre o PIB do segundo trimestre. O abastecimento de combustíveis levaria até uma semana para voltar ao ritmo habitual. Já a produção de frangos levaria dois meses, e a de suínos, até seis meses.


No Rio, 15% dos postos tinham recebido garodovias solina ontem. Em São Paulo, o quadro era de maior dificuldade. Até a tarde de ontem, apenas 36 postos tinham combustível. As principais distribuidoras vão atuar em conjunto para agilizar o abastecimento. Nos supermercados, os alimentos começam a voltar às gôndolas, mas com preço muito acima do habitual. A Ceasa recebeu 178 caminhões, mas legumes e verduras ainda saíam pelo dobro ou até o triplo do preço.

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