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Vida que segue à espera do próximo desastre
Ainda não foi desta vez que Michel Temer renunciou à presidência da República obrigado pelas circunstâncias, ou acabou removido dela por iniciativa de amigos, ex-amigos e adversários inconformados com seus erros.
Por mais que muitos o critiquem, insultem e até peçam sua cabeça, todos preferem que ele governe ou desgoverne até o último dos seus dias. Forçá-lo a sair seria investir no imprevisível e contrariar os próprios interesses.
Nenhum partido tem candidato com pinta de vencedor da próxima eleição presidencial. Eleger um presidente tampão seria perda de tempo e de energia a ser concentrada nas eleições gerais de outubro. Que ele fique, portanto.
Temer é conveniente para todos. Para seus aliados que arrancam dele quase tudo o que querem. E para a oposição que precisa de um governo fraco e de um presidente morto-vivo para tentar extrair vantagem nas urnas.
Como Dilma foi um desastre e estava destinada a ser se governasse até o fim, o PT não chorou lágrimas sinceras quando ela foi deposta. Livre do desgaste de sustentá-la, contaria com Lula para voltar ao poder.
Lula não tem mais. Então o PT agarra-se a Temer como meio de salvar-se do buraco. Nem nos seus mais absurdos sonhos o PT imaginou que Temer faria um governo tão acidentado e impopular. Quanto pior, melhor para ele.
Não há possibilidade de que Temer se recupere. Sua companhia tornou-se corrosiva para os que antes o exaltavam. Espancar Temer e atribuir-lhe todos os males do país é o esporte nacional de 10 em cada 10 brasileiros.
E assim será até que ele transfira a faixa ao seu sucessor. Vida que segue.
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