O resultado do IBC-Br, divulgado nesta quarta-feira, 15, pelo Banco Central ficou abaixo das previsões de analistas do mercado; ata do Copom já apontava que havia 'probabilidade relevante' de queda no PIB
Eduardo Rodrigues, O Estado de S.Paulo
BRASÍLIA - O Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), conhecido com uma “prévia do PIB”, registrou baixa de 0,68% no primeiro trimestre de 2019 na comparação com o trimestre anterior (outubro a dezembro de 2018), pela série ajustada, informou o Banco Central nesta quarta-feira, 15.
Segundo o BC, o índice acumulou alta de 0,23% no trimestre até março de 2019 ante o mesmo período do ano passado, pela série sem ajustes sazonais. O resultado ficou menor que a elevação de 0,30% da mediana das expectativas na pesquisa do Projeções Broadcast (intervalo de -0,10% a aumento de 0,90%). Pela mesma série, o IBC-Br apresenta alta de 1,05% nos 12 meses encerrados em março.
Em março, a queda foi de 0,28% ante o mês anterior. O BC revisou o resultado de fevereiro para um recuo de 0,98%, também na série com ajuste sazonal.
O IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. Na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta terça-feira, 14, o BC já havia afirmado que os "indicadores disponíveis sugerem probabilidade relevante de que o PIB tenha recuado ligeiramente no primeiro trimestre do ano, na comparação com o trimestre anterior".
A previsão atual do BC para a atividade doméstica em 2019 é de avanço de 2,0%, mas é provável que essa estimativa seja revisada para baixo no próximo Relatório Trimestral de Inflação, em junho.
Em audiência na Comissão Mista de Orçamento do Congresso nesta terça, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a projeção de crescimento "já caiu para 1,5%" e que, com isso, "começam os planejamentos de contingenciamentos".
A expectativa do mercado para o PIB deste ano recuou pelo 11ª semana consecutiva e passou de 1,49% para 1,45%, conforme o Relatório de Mercado Focus publicado na última segunda-feira. Há quatro semanas, a estimativa de crescimento era de 1,95%.
O resultado oficial do PIB do primeiro trimestre será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) no dia 30.
No menor nível desde maio de 2018
O índice de atividade passou de 137,07 pontos em fevereiro para 136,68 pontos em março na série dessazonalizada, no menor patamar para o IBC-Br com ajuste desde maio do ano passado (133,21 pontos).
A baixa do IBC-Br no mês veio perto do piso do intervalo projetado pelos analistas do mercado financeiro consultados pelo Projeções Broadcast, que esperavam resultado entre recuo de 1,00% e zero (mediana de -0,30%).
Na comparação entre os meses de março de 2019 e março de 2018, houve queda de 2,52% na série sem ajustes sazonais. Essa série encerrou com o IBC-Br em 137,90 pontos em março, ante 141,47 pontos de março do ano passado.
O indicador de março de 2019 ante o mesmo mês de 2018 mostrou desempenho pior que o apontado pela mediana (-2,30%) das previsões de analistas do mercado financeiro (-3,20% a -0,30% de intervalo). O patamar de 137,90 pontos nessa base de comparação é o menor para meses de março desde 2009 (127,81 pontos).
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