Parte
dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) se mostrou preocupada com a
demissão do ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, realizada ontem.
Assim que souberam da saída do general da pasta por ordem de Jair Bolsonaro,
dois ministros relataram à coluna que buscaram saber mais informações da
situação com interlocutores do governo. Segundo esses ministros, paira sobre a
corte a preocupação de que Bolsonaro esteja pressionando as Forças Armadas para
atuarem não como forças de Estado, mas como forças políticas.
Os recados do governo e do Congresso que chegaram até o STF até o momento foram no sentido de tranquilizar os ministros. Interlocutores de Bolsonaro afirmaram que a demissão estava ligada à postura do Azevedo e Silva de apoiar a decisão comandante do Exército, Edson Pujol, de não punir um subordinado. Bolsonaro solicitou que o general Paulo Sérgio, chefe do Departamento-Geral de Pessoal do Exército, fosse penalizado após uma entrevista concedida ao jornal Correio Braziliense, na qual defendeu o lockdown e falou de terceira onda da Covid-19 no Brasil.
O
próprio ex-ministro Azevedo e Silva tentou esvaziar supostas teorias de golpe e
descartou a ministros do STF risco de politização das Forças Armadas. Alguns
magistrados da corte, porém, seguem acompanhando com lupa os movimentos de
Bolsonaro. Uma preocupação que está no radar é a aproximação do presidente com
integrantes da Polícia Militar.
Fernando Azevedo e Silva foi assessor do ministro Dias Toffoli quando ele era presidente do STF e atuou como ponte entre o governo e a corte, tendo feito, em muitas ocasiões, o papel de bombeiro entre os dois poderes.
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