Bolsonaro não consegue evitar
Muito
se discutiu sobre qual seria a reação do presidente Bolsonaro ao fato de seu
maior adversário político voltar à arena. Alguns esperavam a eterna moderação
que nunca vem, já que agora Bolsonaro teria um incentivo de cortejar os setores
empresariais que
detestam Lula. Outros temem que a presença de um líder cujo governo ainda é
lembrado pelos projetos sociais faça o presidente deixar de lado uma pretensa
austeridade e focar no populismo que consiga votos.
Seu
egocentrismo transforma em estratégia governar para os poucos que o idolatram
cegamente. Sem remorso, queimará todos os outros aliados de ocasião na
fogueira: centrão, militares, empresários ou policiais.
Porque
seu ego inflado não permite que ele assuma que é uma peça altamente
substituível. No fundo, ele sabe que continua sendo um deputado do baixo clero
e, por isso, precisa continuar se reafirmando como o dono da caneta bic.
Se o poder verdadeiro é silencioso, a estridência do presidente torna transparente a sua limitação. A fragilidade de Bolsonaro é a mistura de sua vaidade com sua insegurança. Ao mesmo tempo em que se pavoneia para os fanáticos como grande líder, ele sabe que não se reelegerá ao som apenas daqueles que estouram fogos de artifício no STF. A cada passo em falso, fica mais perto de voltar às suas raízes: do nada para o nada.
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