Por
Renan Truffi e Vandson Lima / Valor Econômico
BRASÍLIA - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), elevou ontem o tom contra o que chamou de “negacionistas”. Segundo ele, por conta do recrudescimento da pandemia, o Brasil vive uma das suas “piores fases”, mas uma “minoria desordeira” não irá pautar o povo brasileiro, que continua, na sua avaliação, “pacífico”, “resiliente” e “aguardando uma solução” por parte dos governantes e da classe política. A afirmação foi feita durante evento na Associação Comercial de São Paulo.
“Quero dizer e valorizar o povo brasileiro, que está pacífico, que está resiliente e está aguardando ansiosamente a solução dos governadores e dos políticos para os problemas do nosso país. Destaque maior nesse enfrentamento da pandemia, que é básico para o estado democrático de direito, é a manifestação do povo, pacífico, ordeiro, obediente às recomendações sanitárias de isolamento”, disse. “Não será uma minoria desordeira e negacionista que fará pautar o povo brasileiro e o Brasil nesse momento que nós precisamos de união.”
As
críticas de Pacheco vêm à tona um dia depois de apoiadores do presidente Jair
Bolsonaro saírem às ruas em algumas capitais do país. Eles causaram
aglomerações em Brasília e no Rio de Janeiro, por exemplo, como forma de
comemorar o aniversário do presidente. Para Pacheco, o negacionismo tornou-se
uma “brincadeira de mau gosto, macabra e medieval”.
“Se
o negacionismo era uma tese no início da pandemia, ele passou a ser uma
brincadeira de mal gosto, macabra e medieval. E nós não podemos aceitar no
Brasil. As pessoas têm que tomar precaução para evitar contaminar o outro, é o
mínimo de empatia, de amor ao próximo”, disse. “Quando a gente fala em amor,
parece algo piegas, mas as palavras ordem e progresso foram inseridas no lema
da nossa bandeira porque esse era um lema do positivismo, que tinha uma
terceira palavra: amor. E está faltando amor. Temos que nos mexer para resolver
esse problema. Não vamos só criticar, apontar erros, vamos apontar
soluções", argumentou.
Antes
disso, o presidente do Senado procurou minimizar qualquer chance de ruptura
democrática no país, mas reconheceu que há uma parcela da população que
“devaneia” e quer “atentar” contra o estado democrático de direito. “Não há
risco à democracia porque as instituições estão sólidas e consolidadas. As
instituições funcionam apesar de todo o devaneio daqueles que querem atentar
contra a democracia e invocar momentos que o Brasil não quer voltar. A
democracia está reafirmada”, defendeu o senador.
Por fim, Pacheco voltou a enfatizar que o Congresso continuará tendo independência em relação ao Executivo “doa a quem doer”. “Não abro mão da independência do Parlamento em relação aos demais Poderes. A independência do Senado Federal é algo de que absolutamente não abro mão na tomada das nossas decisões, livres e autônomas, doa a quem doer, custe o que custar, desagrade a quem for. O Senado Federal continuará tomando suas decisões e tem soberania para isso”, concluiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário