Demorou, mas a oposição parece começar a acertar o tom e o passo para combater o malefício que Jair Bolsonaro causa ao Brasil.
Recebi
ontem, e postei no meu blog, um vídeo que abre com a pergunta que vai aí em
cima, no título. Afinal, quanto este presidente custa ao país?
Como
parece ser esta, a do bolso, a única variável capaz de sensibilizar uma parcela
do eleitorado e da elite empresarial e financeira brasileira, o vídeo mostra,
com dados e números, quanto a gestão temerária de Bolsonaro prejudica a atração
de investimentos, a permanência de empresas no país, a imagem do Brasil junto a
governos e organismos multilaterais internacionais e o enfrentamento à pandemia
de Covid-19.
O
tom é frio, didático, sem adjetivos. A cada diatribe bolsonaresca, é
contraposto um dano claro, tangível em moeda, ao bolso dos que ainda, apesar de
tudo, apoiam o presidente.
A descompostura pública não se atém ao chefe. Seus auxiliares também são expostos em todo o esplendor de sua incompetência e da constatação óbvia: nenhum deles seria ministro em qualquer governo minimamente normal.
Vale
ver o vídeo, vale repassar para aqueles seus grupos de WhatsApp que, ainda
hoje, 260 mil mortos depois, continuam dando eco a tanta maldade, tanta
desinformação criminosa e tanto desprezo à vida cometidos pelo presidente, por
seus auxiliares e puxa-sacos que usam microfones de empresas de comunicação
antes sérias para cometer aleivosias da mesma natureza.
Não
é só o vídeo do custo Bolsonaro que mostra que a chave da maioria dos
brasileiros começou a virar, como, a muito custo, ocorreu na América capturada
pelo trumpismo.
Os
governadores, alvos de um dos mais recentes chiliques do capitão, responderam
com uma nota elegante, concisa, também ela recheada de fatos, e deixando claro
que, sim, o governo federal decidiu não comprar vacinas quando elas eram
negociadas entre os fabricantes e os países, lá atrás, no início do segundo
semestre de 2020 e que, por isso, agora, estamos no fim da fila para imunizar
nossa população.
O
que a cobrança dos governadores e o vídeo fazem é justamente aquilo que tira
Bolsonaro do sério: acuá-lo, chamá-lo a sua responsabilidade, já que o presidente,
além de tudo, não gosta de trabalhar e é, antes de tudo, medroso. Morre de medo
de panelaço, se pela de pavor de impeachment e fica virado no Jiraya quando sua
popularidade cai nas pesquisas.
Isso
se deve ao fato de que, mesmo sendo intelectualmente prejudicado, ou justamente
por isso, Bolsonaro sabe que chegou muito além de suas capacidades. Isso só se
deu por uma série de circunstâncias de 2018 que, se espera, dificilmente se
repetirão em 2022.
Mas
podem, sim, se repetir. Esse é o sonho do capitão acuado. Por isso ele vocifera
todos os dias e tenta transformar o enfrentamento da pandemia num Fla-Flu entre
ele e os governadores, na tentativa de fazer uma cortina de fumaça para a
compra de uma mansão de R$ 6 milhões por seu filho Flávio Bolsonaro, na cara da
Justiça que investiga seu esquema de rachadinhas.
Bolsonaro
sabe que sua única chance de se reeleger é repetir o segundo turno contra o PT.
Também
nisso o vídeo cirúrgico e a reação dos governadores avançam: nos tiram dessa
polarização burra, velha, segundo a qual é ou Bolsonaro ou o PT. Se for essa a
lógica a prevalecer, o presidente vai se reeleger. Porque tem a máquina e
porque as pesquisas mostram que o antipetismo não retrocedeu.
Se, por outro lado, se consolidar a constatação de que Bolsonaro é um risco à vida dos brasileiros e à economia do país, como de fato é, pode se construir uma alternativa viável para que superemos o pesadelo, que dependerá, também, da união de várias forças políticas, em uma ou poucas candidaturas com lastro social e projeto de país.
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