DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Tucano diz que PT criou "ministérios a granel", mas depois promete mais dois
Pré-candidato evita criticar a independência do BC, mas afirma que em seu governo não vai haver conflitos dentro da equipe econômica
Andreza Matais
ENVIADA ESPECIAL A GOIÂNIA
Tucano diz que PT criou "ministérios a granel", mas depois promete mais dois
Pré-candidato evita criticar a independência do BC, mas afirma que em seu governo não vai haver conflitos dentro da equipe econômica
Andreza Matais
ENVIADA ESPECIAL A GOIÂNIA
Um dia depois da polêmica sobre o grau de autonomia do Banco Central, o presidenciável José Serra (PSDB) voltou ontem a criticar as taxas de juros do Brasil -"as mais altas do mundo"- e o aparelhamento do Estado pelo atual governo.
Segundo Serra, foram criados "ministérios a granel" e "muitos" cargos comissionados, quando o governo "deveria ter investido no povo".
Em sua primeira visita a Goiânia na pré-campanha, Serra fez corpo a corpo num shopping ao lado de políticos de dez partidos, incluindo o PP.
Beijou crianças, fez galanteios a mulheres ("voto de mulher bonita vale o dobro") e prometeu reformar o aeroporto. Também reafirmou que pretende criar um Ministério da Segurança Pública e um outro para pessoas com deficiência.
De Freud de Melo (PMDB), ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, ouviu discurso no qual ele pediu para Serra ser mais agressivo com Dilma Rousseff, do PT: "Se não for você, arruma alguém para fazer isso". Serra apenas ouviu e prometeu fazer a reforma política.
A autonomia do Banco Central foi tema recorrente na peregrinação do pré-candidato, que deu entrevista a TVs, jornais e rádios locais. Serra se esforçou para desfazer a imagem de crítico à autonomia do BC.
"O BC tem que ter liberdade e autonomia para trabalhar e deve ter integração com a política econômica, com o Ministério da Fazenda, com o próprio presidente, que escolhe os diretores do banco. Tem que estar voltado da mesma maneira que todas as instituições da área econômica. Na minha equipe será assim, todo mundo entrosado", disse.
Questionado se essa era uma "realidade do atual BC", Serra quase perdeu o humor: "Eu não vou falar do BC de hoje senão de novo vai causar ventania sem razão. Estou dizendo como vai ser comigo, tá certo?"
Serra criticou Dilma por apoiar o BC: "A Dilma defendeu isso?", disse. "Defendeu a política do BC", disseram os jornalistas. "BC que mantém os juros reais como os maiores do mundo. Para mim é novidade que ela tenha defendido o maior juro real do mundo", disse ele.
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