“Hoje em dia as
informações, as previsões, as propostas de programa, numa palavra, todas as
considerações empíricas e pragmática que formam a base para a escolha das
política constituem objeto de controvérsias acaloradas, pois tais
interpretações não são neutras do ponto de vista dos valores. E, por isso, é
necessário formular a seguinte pergunta: como questionar as interpretações
preparadas, na maioria dos casos, por especialistas, a não ser através de uma
crítica que opera na base dos melhores argumentos? Além do mais existe uma
série de temas políticos de grande alcance, que tocam, de fato em questões de
justiça. Na maioria das vezes, eles são tematizados sob roupagem jurídicas; porém
muitas vezes são discutidos com questões prático-morais. Outros temas tocam na
questão da autocompreensão política e
ética, em questões da forma de vida que consideramos desejável ou, ao menos,
suportável. Muitos outros temas
ecológicos também pertencem a esta categoria. Conflitos da minorias,
questões dos direitos, o desenvolvimento de novas tecnologias etc., fazem com
que despertemos para o fato de termos que tomar decisões graves sobre valores,
sobre o modo de nos entendermos como cidadãos, sobre o tipo de sociedade no
qual desejamos viver, etc.”
Jürgen Habermas, filósofo alemão. Sobre o poder das teorias
e sua importância. A crise do Estado do bem-estar e o esgotamento das energias
utópicas. Texto para uma conferência.
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