Mandato de mineiro de
58 anos é de 2 anos; indicado por Lula, sua notoriedade veio com a relatoria do
mensalão
BRASÍLIA - O Supremo
Tribunal Federal terá hoje o primeiro presidente negro de sua história com a
posse do ministro Joaquim Barbosa, 58. No tribunal desde 2003, quando foi
indicado pelo ex-presidente Lula, ele será o 44º presidente do tribunal e
ocupará o posto até novembro de 2014.
Barbosa ganhou
notoriedade como relator do mensalão, cujo julgamento, o maior já realizado
pelo tribunal, já dura mais de três meses.
Desde ontem, ele
acumula a relatoria do processo e a presidência da corte, que assumiu
interinamente desde sexta-feira, quando Carlos Ayres Britto formalizou sua
aposentadoria compulsória.
Mais de 2.000
pessoas, entre elas artistas, foram convidadas para a cerimônia de posse, que
terá discursos do presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir
Cavalcante, do procurador-geral, Roberto Gurgel, do ministro do Supremo Luiz
Fux e do próprio Barbosa.
Em seu
pronunciamento, ele apresentará as prioridades de sua presidência, como, por
exemplo, o foco em "grandes questões" e os julgamentos dos chamados
recursos com repercussão geral, mecanismo que permite ao STF escolher um caso
específico que terá efeito em outros processos semelhantes.
Após a cerimônia, na
sede do tribunal, Barbosa será homenageado pelas associações representativas
dos magistrados, que organizaram uma festa para ele e o ministro Ricardo
Lewandowski, o vice-presidente da corte, em uma casa de eventos.
Barbosa nasceu em
Paracatu (MG), filho de uma faxineira e de um caminhoneiro. Sempre gostou de
estudar, atividade que dividia com o futebol. Mudou-se para Brasília, onde
cursou o ensino médio, em uma escola pública, e a faculdade de direito, na
Universidade de Brasília.
Na UnB, fez mestrado.
Depois disso, obteve o título de doutor em direito público pela Universidade de
Paris 2.
Antes de ir para o
STF, foi por quase 20 anos integrante do Ministério Público Federal em Brasília
e no Rio.
Barbosa também foi
consultor jurídico do Ministério da Saúde, no governo Sarney, e, no fim dos
anos 70, oficial de chancelaria do Ministério de Relações Exteriores, quando
trabalhou na Embaixada do Brasil na Finlândia.
Fonte: Folha de S. Paulo
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