Fernando Henrique Cardoso diz que o partido 'tem tudo para vencer' em 2014
Gabriel Manzano
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou, em um discurso inflamado neste sábado, 6, durante congresso estadual do PSDB paulista, que o partido "tem tudo para vencer (em 2014)" caso resolva o dilema da unidade interna. "O primeiro passo é a unidade. Cansei de ver o PSDB dividido. Chega!", disse ele, gritando, diante de uma plateia de dirigentes e militantes.
FHC é um dos defensores da candidatura do senador mineiro Aécio Neves, que enfrenta percalços internos diante de resistências do ex-governador José Serra em apoiá-lo na disputa presidencial. Aécio trabalha para convencer o PSDB de São Paulo a aderir à sua candidatura e já disse publicamente que não há como disputar se não tiver o apoio do governador Geraldo Alckmin. Com a cobrança, Alckmin defendeu que Aécio assuma o comando do PSDB nacional, mas ainda não verbalizou ser a favor da candidatura presidencial do mineiro.
"O Brasil precisa de um novo programa. Estamos engasgados porque não fizemos o que tínhamos que fazer", prosseguiu, referindo-se às gestões do PT sob Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. "Vamos juntos. Se fizermos isso não tenho dúvida de que vamos vencer."
A fala de FHC, de 22 minutos, foi o ponto alto de um encontro de quase nove horas, em que a direção estadual aprovou a Carta de São Paulo, na qual faz um diagnóstico dos problemas do País, desfia fortes criticas ao governo petista e diz que o PSDB precisa "despertar o sentimento de mudança". Nem Serra nem Alckmin estavam presentes.
"Ninguém conhece (o caminho) melhor do que nós", diz trecho do documento. FHC começou o discurso defendendo seus dois mandatos, sendo interrompido continuamente por militantes entusiasmados. Subiu o tom ao citar um texto de recente documento da ONU sobre o Brasil. "O período em que o Brasil mais cresceu socialmente foi no meu governo", disse. "O crescimento veio antes (dos governos do PT). E por isso ganhamos duas vezes no primeiro turno. Ninguém mais fez isso no Brasil."
Em seguida, FHC foi ao ataque: "Não persegui, não fiz favores, não roubei." Criticou o que chamou de "política demagógica do governo federal", que fez o País "perder a proeminência na América Latina". O tucano criticou a paralisia na infraestrutura, problemas dos portos, aeroportos e estradas. "E isso tudo porque deram pra trás no que nós fizemos: leilões bem feitos."
O presidente nacional do PSDB, Sergio Guerra, também defensor da candidatura de Aécio, fez uma rápida exortação: "A renovação da vida pública é uma palavra de ordem. Renovar o PSDB é indispensável".
Fonte: O Estado de S. Paulo
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