• Presidente respondeu à acusação de Marina de que petistas teriam sido coniventes com corrupção na Petrobras
- O Globo
BRASÍLIA -Em reação a declarações feitas pela candidata do PSB, Marina Silva, na sabatina do GLOBO, de que os governos petistas teriam sido coniventes com a corrupção na Petrobras, a presidente Dilma Rousseff, que disputa a reeleição, chamou ontem sua adversária de "leviana e inconsequente". A presidente lembrou que Marina construiu sua carreira política no PT e fez parte da gestão do ex-presidente Lula. Dilma disse ainda que, ao ser confrontada no debate político, Marina reage como "vítima" e ironizou as mudanças de opinião de sua adversária.
- A candidata Marina ficou 27 anos no PT. Todos os seus mandatos ela obteve graças ao PT. Dos 12 anos aos quais ela se refere, oito ela estava no governo ou na base federal no Senado. A militância do PT e a história do PT foram fundamentais para a candidata chegar onde chegou. Uma frase dessas mostra uma posição extremamente leviana e inconsequente - afirmou a presidente. Na verdade, Marina deixou o partido em 2009, no sétimo ano do governo Lula.
Na sabatina, Marina afirmou que a ameaça à exploração do pré-sal é a corrupção na Petrobras, e não suas propostas de governo, e fez referência à delação premiada do ex-diretor de abastecimento da empresa Paulo Roberto Costa:
- As pessoas não podem confiar em um partido que coloca por 12 anos uma pessoa para assaltar os cofres da Petrobras - disse a candidata do PSB.
Dilma defendeu como legítima a ofensiva que tem feito de desconstrução de Marina, explorando principalmente a proposta da adversária de autonomia do Banco Central e de diminuir a relevância dada ao pré-sal. A candidata do PSB, no entanto, negou que vá tirar prioridade do petróleo em prol de outras fontes de energia.
- Cada vez que a gente abre o debate com Marina, ela reage como vítima - disse Dilma.
A presidente criticou as mudanças de opinião de Marina. O caso mais marcante foi a defesa da união civil de pessoas do mesmo sexo e a criminalização da homofobia, retiradas de seu programa de governo.
- Mudar de posição de cinco em cinco minutos não é sério. Um presidente da República sofre uma pressão muito grande. Um presidente não pode ser leviano ou temer qualquer tuíte que se faça contra ele. Espero que a candidata Marina não mude agora de posição quanto à autonomia do Banco Central.
A tréplica de Marina à acusação de leviandade feita por Dilma veio ainda na noite de ontem, quando a candidata do PSB discursava em evento no Clube de Engenharia, no Rio, organizado para desmentir que ela vá menosprezar o pré-sal:
- Não vou mentir a respeito da Dilma. Quando me perguntaram se ela estava envolvida (no escândalo da Petrobras), eu disse que ela tem responsabilidade política. Mas não seria leviana de dizer que ela tinha envolvimento pessoal. Eu não combato mentira com outra mentira.
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