- Folha de S. Paulo
Dilma tem pressa. Tem de aproveitar todas as vantagens do primeiro turno para "desconstruir" Marina, porque depois, no segundo turno, é cara a cara e as condições ficam um pouco mais iguais.
Hoje, Dilma tem mais de 11 minutos de TV, contra cerca de 2 minutos de Marina, além de ter a máquina do governo, a máquina da campanha, a máquina do PT, a máquina do PMDB, a máquina da maior base aliada das galáxias, muito mais dinheiro e os marqueteiros petistas, que batem abaixo da cintura.
Mesmo assim, com toda essa artilharia e toda essa tropa, Dilma só oscilou um ponto para cima, e Marina só resvalou um ponto para baixo no primeiro turno. E, no segundo, foram dois a mais para Dilma e um a menos para Marina, que não tem máquina, nem partidos, nem gente de marketing fazendo jogo sujo, nem tempo na TV. Com seus minutinhos diários, como contra-atacar à altura?
Dilma, portanto, tem de aproveitar a brutal desigualdade de condições agora para tentar aprofundar duas tendências contra Marina: o aumento de rejeição e a queda de intenções de voto em setores com maior capacidade de influência no conjunto do eleitorado. O objetivo é fechar o primeiro turno na dianteira e com folga.
Sim, porque, no segundo turno, Marina pode compensar parte da desvantagem, com a adesão de novos partidos, com os eleitores tucanos órfãos e com um tempo de televisão justo --metade para cada candidato, ou melhor, candidata.
Marina, portanto, tem de ficar esperta, porque vem chumbo grosso. Se a campanha do PT já a acusou de ser como Collor e Jânio, uma ameaça ao Bolsa Família, contra o pré-sal, aliada dos banqueiros para matar os pobres de fome... imagine-se o que vem por aí. Dilma, petistas e marqueteiros estão prontos para aniquilá-la.
Por falar nisso, por que o Lula anda tão escondido? Será que é ele que vai jogar a bomba na hora "h", sem dar tempo para Marina reagir e se defender? Ai, que medo!
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