segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Social-democratas dão luz verde a coalizão com Merkel

Das agências de notícias / Folha de S. Paulo

O Partido Social-Democrata (SPD) alemão aprovou neste domingo (21), por uma estreita maioria, o início das negociações formais com a União Cristão-Democrata (CDU), da chanceler Angela Merkel formar um governo comum.

Por 362 votos a favor, 279 contra e uma abstenção, de um total de 642 votos, os delegados do partido reunidos em Bonn aprovaram a abertura destas conversas que devem acabar com meses de impasse político, que vinham privando a Alemanha de um governo desde as eleições de setembro.

"Estamos obviamente aliviados", afirmou Martin Schulz, líder do partido.

"As conversas de coalizão vão ser tão duras quanto as conversas exploratórias", disse Schulz. "Vamos falar com os conservadores sobre uma cronologia. Queremos começar logo."

O SPD, que não teve um bom resultados nas eleições (20,50% dos votos) e cai nas pesquisas desde então, já havia se mostrado profundamente dividido diante da perspectiva de prorrogar a grande coalizão em fim de mandato com Merkel.

Schulz e a maioria dos outros dirigentes haviam defendido que se tratava de evitar na Alemanha uma crise governamental prolongada e uma danosa paralisação na União Europeia (UE), justamente no período em que vão negociar reformas-chave em matéria econômica, orçamentária e migratória.

No entanto, boa parte da militância social-democrata, especialmente a ala jovem do partido, considerava que a formação precisa da oposição e de uma guinada à esquerda para sobreviver.

Merkel aclamou a decisão. "Ainda há muitas questões para esclarecer em detalhes e que irão exigir conversas intensas", afirmou.

Sua tentativa anterior de coalizão, com os Verdes e os liberais do FDP, fracassou após um mês de conversas. Caso as negociações com o SPD também fracassassem, ela se veria confrontada com as opções de um governo de minoria ou de convocação de novas eleições.

A ideia é que um governo seja formado até a primeira metade de março.

A decisão também foi bem-recebida na Europa. No sábado, Merkel e o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmaram sua intenção de aprofundar a cooperação bilateral e prosseguir com os planos de uma maior integração europeia.

"Muito boa notícia para uma Europa mais unida, mais forte e mais democrática", afirmou no Twitter Martin Selmayr, chefe de gabinete do chefe da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.

"Celebro o sentido de responsabilidade do SPD", tuitou o comissário europeu de Assuntos Econômicos, Pierre Moscovici.

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