É
como se chamava um grupo de ricaços boêmios do Rio nos anos 50
Um
ano depois do primeiro caso de Covid no Brasil, vivemos o momento
mais grave da pandemia. Um ano inteiro de sacrifícios, dor e morte não
serviram para nada. Caso único no mundo. Estaca zero. Andamos em círculos.
Falta vacina. Falta leito. Falta ar. E vai piorar.
Mas
nada disso tira o sono do dinheiro grosso no Brasil, que só chiou com a
intervenção militar na Petrobras. Para compensar a corda esticada, Bolsonaro
oferece a Eletrobras e
os Correios na bacia das almas.
No
campeonato de canalhice da República, é difícil superar Paulo Guedes e a pressão
pela aprovação da PEC
emergencial, tentativa de assalto aos direitos sociais inscritos na
Constituição.
A lógica da negociação é perversa: o governo só voltaria a pagar o auxílio emergencial em troca do fim dos gastos públicos obrigatórios com saúde e educação. A chantagem faz todo sentido para essa gente oculta sob a alcunha de "mercado": onde já se viu pobre receber auxílio e ainda ter saúde e educação gratuitas?
O
investimento obrigatório em educação só foi eliminado no auge de duas
ditaduras, a do Estado Novo e no regime militar de 1964. Os gastos foram
sacramentados na Constituição de 1988 e, ao que parece, serão mantidos em
virtude das reações à PEC. Mas os cães hidrófobos a serviço do extremismo
liberal não irão descansar.
A
Câmara deu mais uma contribuição ao festival de tapas na cara da sociedade ao
articular a tal PEC
da impunidade, digo, da imunidade de suas excelências. Confundem
exercício do mandato e liberdade de expressão com licença para cometer crimes.
O Judiciário não poderia ficar de fora desse "e daí ?" geral, com o
benevolente acolhimento
dispensado ao senador e primeiro-filho.
Nos anos 1950, um grupo de ricaços boêmios do Rio de Janeiro ficou conhecido como o "Clube dos Cafajestes". A crônica carioca de então registra que eles aprontavam em festas de arromba com muita bebida e mulheres. Cafajestes??? Que injustiça com os playboys de outrora.
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