Clóvis Rossi
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
SÃO PAULO - A Cúpula Ibero-americana, encerrada ontem em El Salvador, acabou servindo para criar uma brecha profunda entre, de um lado, o Brasil de Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado pela imensa maioria dos participantes, e o duo Venezuela-Bolívia.
Não que já não houvesse divergências grandes de modelo, mas a crise internacional tornou necessário olhar para a frente e decidir se é preciso reformar o capitalismo ou dá-lo como morto.Chávez, mesmo não tendo comparecido à cúpula, pronunciou-se, a propósito dela, no segundo sentido.
"O sistema capitalista sob o impulso do império norte-americano se acabou, entrou em colapso, é preciso criar um novo", disparou.
Evo Morales, da mesma forma, deixou claro que não está de acordo em ajudar a salvar o capitalismo.
Lula, bem ao contrário, está até ansioso para participar de todos os esforços para reformar e, portanto, preservar o capitalismo.
Os líderes presentes à Cúpula assinaram, aliás, documento em que manifestam o desejo de "participar e contribuir ativamente para um processo de transformação profundo e amplo da arquitetura financeira internacional, que estabeleça instrumentos de prevenção e resposta imediata ante futuras crises e garanta uma regulação eficaz dos mercados de capitais".
Posto de outra forma, querem melhorar o sistema que existe, mas não "criar um novo", ao contrário do que pede Chávez.
Nada impede -e é até saudável- que haja enfoques diferentes sobre a maneira de organizar o mundo, em especial depois de uma crise grave. O problema começa quando se pensa em mais integração regional como uma das respostas à crise, como pretende Lula. Integrar-se pressupõe remar numa mesma direção. Cada um correndo para um lado torna ainda mais difícil sair da crise com o menor número possível de feridas.
DEU NA FOLHA DE S. PAULO
SÃO PAULO - A Cúpula Ibero-americana, encerrada ontem em El Salvador, acabou servindo para criar uma brecha profunda entre, de um lado, o Brasil de Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado pela imensa maioria dos participantes, e o duo Venezuela-Bolívia.
Não que já não houvesse divergências grandes de modelo, mas a crise internacional tornou necessário olhar para a frente e decidir se é preciso reformar o capitalismo ou dá-lo como morto.Chávez, mesmo não tendo comparecido à cúpula, pronunciou-se, a propósito dela, no segundo sentido.
"O sistema capitalista sob o impulso do império norte-americano se acabou, entrou em colapso, é preciso criar um novo", disparou.
Evo Morales, da mesma forma, deixou claro que não está de acordo em ajudar a salvar o capitalismo.
Lula, bem ao contrário, está até ansioso para participar de todos os esforços para reformar e, portanto, preservar o capitalismo.
Os líderes presentes à Cúpula assinaram, aliás, documento em que manifestam o desejo de "participar e contribuir ativamente para um processo de transformação profundo e amplo da arquitetura financeira internacional, que estabeleça instrumentos de prevenção e resposta imediata ante futuras crises e garanta uma regulação eficaz dos mercados de capitais".
Posto de outra forma, querem melhorar o sistema que existe, mas não "criar um novo", ao contrário do que pede Chávez.
Nada impede -e é até saudável- que haja enfoques diferentes sobre a maneira de organizar o mundo, em especial depois de uma crise grave. O problema começa quando se pensa em mais integração regional como uma das respostas à crise, como pretende Lula. Integrar-se pressupõe remar numa mesma direção. Cada um correndo para um lado torna ainda mais difícil sair da crise com o menor número possível de feridas.
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