O papel histórico do PSDB na sociedade brasileira é o de qualificar o debate político, e não o contrário. Quando ouço cobranças por uma nova agenda para o Brasil, concordo com os que defendem uma revitalização do PSDB - desde que isto signifique um mergulho em nós mesmos, na mais exata aproximação com a ideia que construiu este partido.
Foi por nossa capacidade de pensar o país que chegamos, enquanto partido, tão jovens ao poder. O PSDB tinha apenas seis anos em 1994 e, no entanto, aquele seu programa está aí, consensual, defendido por nossos adversários.
É hora de deixar de lado a grita de nossos continuadores e pensar o futuro. Ninguém mais fala em crescer com um pouquinho de inflação. O governo atual faz ajuste fiscal. O BC é independente. O sistema financeiro é sólido. O país cresce. Os brasileiros vivem bem melhor hoje do que há 20 anos. Nós vencemos.
O Brasil é a nação mais dinâmica do mundo. É hora de tirar proveito das vantagens comparativas, não as relativas às riquezas naturais, mas as de nossa formação cultural. É hora de mudar o patamar de nossas aspirações.
A luta agora é para fazer do país um dos mais promissores no quesito qualidade dos serviços públicos. Forçar o Estado a ser eficiente, e fazê-lo indenizar as vítimas do analfabetismo, se não for capaz de derrotá-lo - uma Lei de Responsabilidade Social que obrigue o Estado a arcar com a sua ineficácia. Ele é caro demais para ser ruim.
É preciso ter metas sérias - como dobrar as vagas para todas as engenharias e biologias num prazo ambicioso. É obrigatório aumentar a oferta de eletricidade limpando a matriz energética. Não podemos esquecer: somos destinados a vender ao mundo soluções em sustentabilidade.
Já passou da hora de fazer valer nossas cláusulas pétreas constitucionais, sobretudo as afins à construção da paz e ao fortalecimento da democracia. E abandonar este devaneio do protagonismo brasileiro na política externa. Ele se resume à associação com regimes autoritários e cleptocratas como forma de abrir mercados. Uma política externa, se me permitem dizer, digna da hiena.
O Estado deve democratizar a informação ao povo, e não democratizar seu acesso à propaganda. Deve achar soluções legais para privilégios adquiridos, e enfrentá-los. Valorizar a competência, fazendo dos servidores a fortuna do Estado, e não o contrário. Eles farão a próxima revolução brasileira.
É preciso acabar com a miséria, e já nos prepararmos para o fim da ignorância. Colocar a assistência social para ser planejada pelos usuários, sobretudo as mães. E criar um plano nacional de urbanização de favelas, para que não se fale mais em falta de planejamento urbano.
Direitos civis que protejam escolhas privadas, metas de eficiência e penalidades para o transporte público de baixa qualidade, criar uma Justiça exemplar: é preciso botar tudo no papel.
Sem esquecer, claro, de enfrentar os gargalos políticos, que dão sobrevida aos hábitos que não nos servem mais. Precisamos de governos eficazes, e não dos eficazes em simpatia e alienação.
Em suma, ao PSDB é hora de elaborar os consensos dos próximos 20 anos. Uma agenda para o futuro, de uso geral, como foi a anterior. Por isso, a união do partido é inevitável.
Propus à bancada tucana na Câmara uma Conferência do PSDB para maio, a ser conduzida por Fernando Henrique. Ouvi de diversos companheiros a mesma resposta: já não era sem tempo.
Aos líderes, militantes e amigos, é hora de dar voz à inquietação comum a todos. E também de trazer novos talentos e competências, apartidários ou de outras siglas, e ouvi-los - sobretudo a juventude. Ao PSDB, é hora de manter a nossa média: estar pelo menos dez anos à frente deles.
José Aníbal é Secretário de Energia do Estado de São Paulo e foi presidente nacional do PSDB .
Foi por nossa capacidade de pensar o país que chegamos, enquanto partido, tão jovens ao poder. O PSDB tinha apenas seis anos em 1994 e, no entanto, aquele seu programa está aí, consensual, defendido por nossos adversários.
É hora de deixar de lado a grita de nossos continuadores e pensar o futuro. Ninguém mais fala em crescer com um pouquinho de inflação. O governo atual faz ajuste fiscal. O BC é independente. O sistema financeiro é sólido. O país cresce. Os brasileiros vivem bem melhor hoje do que há 20 anos. Nós vencemos.
O Brasil é a nação mais dinâmica do mundo. É hora de tirar proveito das vantagens comparativas, não as relativas às riquezas naturais, mas as de nossa formação cultural. É hora de mudar o patamar de nossas aspirações.
A luta agora é para fazer do país um dos mais promissores no quesito qualidade dos serviços públicos. Forçar o Estado a ser eficiente, e fazê-lo indenizar as vítimas do analfabetismo, se não for capaz de derrotá-lo - uma Lei de Responsabilidade Social que obrigue o Estado a arcar com a sua ineficácia. Ele é caro demais para ser ruim.
É preciso ter metas sérias - como dobrar as vagas para todas as engenharias e biologias num prazo ambicioso. É obrigatório aumentar a oferta de eletricidade limpando a matriz energética. Não podemos esquecer: somos destinados a vender ao mundo soluções em sustentabilidade.
Já passou da hora de fazer valer nossas cláusulas pétreas constitucionais, sobretudo as afins à construção da paz e ao fortalecimento da democracia. E abandonar este devaneio do protagonismo brasileiro na política externa. Ele se resume à associação com regimes autoritários e cleptocratas como forma de abrir mercados. Uma política externa, se me permitem dizer, digna da hiena.
O Estado deve democratizar a informação ao povo, e não democratizar seu acesso à propaganda. Deve achar soluções legais para privilégios adquiridos, e enfrentá-los. Valorizar a competência, fazendo dos servidores a fortuna do Estado, e não o contrário. Eles farão a próxima revolução brasileira.
É preciso acabar com a miséria, e já nos prepararmos para o fim da ignorância. Colocar a assistência social para ser planejada pelos usuários, sobretudo as mães. E criar um plano nacional de urbanização de favelas, para que não se fale mais em falta de planejamento urbano.
Direitos civis que protejam escolhas privadas, metas de eficiência e penalidades para o transporte público de baixa qualidade, criar uma Justiça exemplar: é preciso botar tudo no papel.
Sem esquecer, claro, de enfrentar os gargalos políticos, que dão sobrevida aos hábitos que não nos servem mais. Precisamos de governos eficazes, e não dos eficazes em simpatia e alienação.
Em suma, ao PSDB é hora de elaborar os consensos dos próximos 20 anos. Uma agenda para o futuro, de uso geral, como foi a anterior. Por isso, a união do partido é inevitável.
Propus à bancada tucana na Câmara uma Conferência do PSDB para maio, a ser conduzida por Fernando Henrique. Ouvi de diversos companheiros a mesma resposta: já não era sem tempo.
Aos líderes, militantes e amigos, é hora de dar voz à inquietação comum a todos. E também de trazer novos talentos e competências, apartidários ou de outras siglas, e ouvi-los - sobretudo a juventude. Ao PSDB, é hora de manter a nossa média: estar pelo menos dez anos à frente deles.
José Aníbal é Secretário de Energia do Estado de São Paulo e foi presidente nacional do PSDB .
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