Uma visita presidencial "relâmpago"
Almoço de Dilma com Eduardo no Recife é descartado
Carolina Albuquerque
Depois de um ano de intervalo desde a sua última visita, durante o qual o Estado passou a viver os efeitos da seca, a presidente Dilma Roussef (PT) dedicará menos de quatro horas a Pernambuco, na segunda-feira (25). A agenda anunciada previa compromissos até a noite, com atos em Serra Talhada e São Lourenço da Mata. Porém, ontem, ao final da coletiva na qual se detalhavam os atos, o tempo foi encurtado. Ao aceitar de última hora o convite para participar da missa em memória às vítimas das chuvas no Rio de Janeiro, às 17h da segunda, a presidente deve estar partindo do Estado no máximo às 13h. É o tempo hábil para às 16h estar no Rio, onde sobrevoará, ao lado do governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ), o local da tragédia.
Com a mudança, o convite para almoçar com o governador Eduardo Campos (PSB), na residência do socialista, no Recife, inviabiliza-se. Após inaugurar trecho da 1ª etapa da Adutora do Pajeú, assinar a ordem de serviço para a Barragem de Afogados da Ingazeira e anunciar medidas emergenciais de convivência com a seca (leia na página 5), em Serra Talhada, ela deverá seguir de helicóptero para o aeroporto de Juazeiro do Norte (CE), de onde partirá para o Rio. A assessoria presidencial não precisa a hora de chegada e partida da presidente por questões de segurança, mas confirma que o tempo de deslocamento de Serra Talhada para o aeroporto e vice-versa é de uma hora.
Ainda que em meio à tensão PT e PSB, aprofundada pelo movimento de Eduardo Campos para as eleições 2014, esperava-se que a passagem de Dilma fosse além dos atos administrativos e públicos. De toda maneira, a vinda da presidente será simbólica. Primeiro, estará, confortavelmente, em um dos poucos territórios de administração petista no Estado - Serra Talhada, governada pelo prefeito Luciano Duque (PT). Depois, porque o senador Humberto Costa (PT), que amargou uma derrota para o PSB no Recife, também estará no ato, ao lado do governador e do ministro Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional).
Sob os drásticos efeitos da estiagem, os sertanejos, os prefeitos e entidades locais há muito se mobilizam para denunciar as dificuldades. Mas, ao contrário de outros locais por onde a presidente passou recentemente pelo Nordeste, não há nenhuma manifestação marcada para acontecer. Porém, o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) e prefeito de Afogados da Ingazeira, José Patriota (PSB), alertou que proprietários de terra no caminho do trecho ainda por fazer da Adutora do Pajeú estão dificultando o avanço das obras. O Dnocs, responsável pela sua execução, informou, no entanto, que o problema já foi resolvido.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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