Para pré-candidato à Presidência, Petrobras é importante para o país, mas não pode haver partidarização na estatal
Raphael Oliveira – O Globo
RIO - Um dia após o anúncio da chapa com Marina Silva para a disputa da presidência da República, Eduardo Campos (PSB) discursou na noite de terça-feira em uma universidade no Rio e falou, já em tom de campanha, sobre a crise na Petrobras, erros nos investimento para Copa do Mundo e da necessidade de retirar “velhas raposas” do poder e extinguir o fisiologismo no país. Campos chegou a cometer a falha de se denominar como candidato, mas logo se corrigiu já que o período de campanha, oficialmente, só acontece no segundo semestre. O pré-candidato criticou, sem citar nomes, os atuais políticos que dirigem o país.
- Aquele arranjo já deu o que tinha que dar. São pessoas que já deram o que tinham que dar ou que nunca deram nada – afirmou Campos que repetiu diversas vezes que é necessário acabar o fisiologismo no país – Quem complica está querendo alguma coisa. Quem simplifica quer entregar algo de qualidade. É necessário um candidato que diga ‘Nós não vamos compactuar com o fisiologismo. Vamos colocá-los na oposição porque eles só sobrevivem no governo. E é necessário extingui-los. Se foi possível derrotar a ditadura porque não é possível acabar com patrimonialismo?
O ex-governador de Pernambuco afirmou que não se pode distribuir ministérios “como cachos de banana”.
- Temos que devolver os ministérios e as estatais ao interesse público.
Sobre a crise na Petrobras, o pré-candidato afirmou, ao final do evento, que não assistiu ao depoimento da presidente da estatal Graça Foster e, antes, durante o discurso, pediu cautela no julgamento da empresa.
- A Petrobras é uma empresa muito importante para o futuro do Brasil e não pode ser confundida com o que está acontecendo em algumas áreas dela agora. A primeira questão necessária é uma governança na Petrobras sem partidarização.
De maneira indireta, Campos criticou a falta de transparência no governo.
- O problema mais sério é você querer esconder o problema. Esconder não resolve. Só aumenta. Temos que colocar luz no problema para resolvê-lo.
A palestra que aconteceu na universidade Estácio de Sá faz parte de uma série de eventos denominada “Presidenciáveis – ciclo de debates sobre o futuro do Brasil” iniciada com Campos que também criticou a condução dos investimentos na Copa do Mundo.
- A atenção que foi dada à Copa do Mundo não é a mesma que foi dada aos serviços públicos, àqueles que não vão entrar em campo.
Sobre a eleição do Rio e o seu palanque no estado, o presidenciável afirmou que o partido já determinou apoio para o deputado Miro Teixeira e que um outro possível nome, Alfredo Sirkis, participou do debate que definiu o apoio de forma “tranquila”, segundo Campos.
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