Ricardo Galhardo e Vera Rosa – O Estado de S. Paulo
Pouco depois de defender o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, na reunião do Diretório Nacional do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse, em conversas reservadas mantidas em Brasília, que o comandante da economia não deve durar muito tempo no cargo. Nos bastidores, o discurso de Lula pedindo apoio a Levy, no encontro do PT, foi considerado por seus aliados como um “beijo da morte”
Apesar das negativas, o governo avalia que Levy ficará apenas até a aprova- ção das medidas do ajuste fiscal e não passa da virada do ano. Segundo dirigentes do PT, a presidente Dilma Rousseff já procura um substituto para Levy. Aliados de Dilma têm reclamado que as propostas do ministro se resumem às medidas de austeridade e que ele não tem o que dizer quando indagado sobre o que fazer na fase pós ajuste fiscal.
Lula já tinha afirmado antes que o prazo de validade do ministro da Fazenda está vencendo, mas decidiu defender Levy e pediu para que o PT amenizasse as críticas à política econômica porque o governo precisa aprovar, até dezembro, as medidas de austeridade fiscal.
No diagnóstico do Palácio do Planalto, o recrudescimento do bombardeio, nesse momento, agravaria ainda mais a situação. Diante desse quadro, a ordem foi para o PT dar uma trégua.
Lula também acha que a presidente Dilma Rousseff deve conversar mais com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tem o poder de dar o pontapé inicial em um pedido de impeachment contra ela. Na avaliação do ex-presidente, Cunha não vai cair pela via política e, então, o governo precisa investir mais no diálogo com ele. Durante jantar no Palácio da Alvorada, na quinta-feira, Lula disse a Dilma que conversará novamente com Cunha.
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