• Partidos que integram o primeiro escalão do governo federal já conquistaram 4.400 prefeituras; PSDB será, potencialmente, o grande vitorioso nas disputas municipais
- O Estado de S. Paulo
O resultado do segundo turno das eleições deste ano vai confirmar a consolidação de uma ampla base municipal formada pelos principais partidos alinhados ao governo Michel Temer e, ao mesmo tempo, a ampliação do espaço ocupado pelas chamadas legendas nanicas. Levando-se em conta apenas o PMDB e os partidos que têm assento na Esplanada dos Ministérios, a base de Temer elegeu 4.400 prefeitos no primeiro turno e pode comandar de 72% a até mais de 90% do eleitorado do País após a votação de neste domingo, 30.
Os dados do primeiro turno e as pesquisas indicam que o PSDB será, potencialmente, o grande vitorioso nas disputas municipais e o PT, o maior perdedor. A sigla tucana tem chance de governar mais de 20% dos eleitores no Brasil – a maior proporção entre as 31 legendas que conseguiram eleger algum prefeito em 2016.
O PSDB vai também ampliar o domínio em São Paulo, Estado governado por Geraldo Alckmin e onde o declínio da legenda petista deve ficar explicitado no ABC paulista. Pela primeira vez desde que foi fundado, em 1980, o PT não deve governar nenhuma prefeitura da região, seu berço político. “Estamos virando a página”, disse o governador tucano, que já saiu fortalecido com a vitória de João Doria (PSDB) no primeiro turno na capital.
Reflexo da fragmentação partidária e da rejeição às legendas tradicionais, candidatos de partidos nanicos disputam 52% do eleitorado que volta às urnas neste domingo, 30. No primeiro turno, os partidos sem tradição ou representatividade no Congresso conquistaram um total de 569 prefeituras. O segundo turno ocorrerá em 57 cidades brasileiras e envolve cerca de 33 milhões de eleitores.
Após a definição em São Paulo, a principal disputa se dá no Rio de Janeiro, onde o evangélico Marcelo Crivella (PRB), bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, concorre com o candidato socialista, Marcelo Freixo (PSOL). A campanha na capital fluminense foi marcada na etapa final por ataques que misturaram religião, política e discussões sobre raça, gênero e sexo.
Em Belo Horizonte, a disputa está acirrada, com empate técnico entre Alexandre Kalil (PHS) e João Leite (PSDB). Além de Rio e Belo Horizonte, haverá segundo turno em outras 16 capitais.
As eleições deste ano podem também representar um recorde no número de abstenções, votos em branco e votos nulos. Na primeira etapa de votação, no dia 2 deste mês, esse índice chegou a 28,8% do total de votos.
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