Protesto de servidores acaba com jovem ferido e lojas saqueadas
• Grande quantidade de rojões e morteiros foi achada no entorno da Alerj
Dayana Resende, Giselle Ouchana | O Globo
Mascarados disparam rojões em rua do Centro: um grande número de morteiros foi apreendido na Rua Santa Luzia e chamou a atenção da polícia O caos tomou conta ontem do entorno da Assembleia Legislativa (Alerj), onde deputados começaram a discutir o projeto de privatização da Cedae. Um jovem de 18 anos foi baleado e seis PMs ficaram feridos durante protesto de servidores estaduais. Ruas foram interditadas, agências bancárias, depredadas e lojas, saqueadas. Um homem foi preso por jogar pedra contra policiais. Na semana passada, cenas de violência também marcaram um ato de funcionários públicos.
APOIO DE VEÍCULO BLINDADO
O protesto de ontem começou ao meio-dia, pacífico, até que, às 15h30m, jovens mascarados lançaram pedras, rojões e coquetéis molotov contra PMs. A quantidade de rojões usados chamou a atenção. Um grande número de morteiros foi achado na Rua Santa Luzia. Após a apreensão, a PM lembrou que, em 2014, “bastou um rojão para matar o cinegrafista Santiago Andrade”, atingido durante uma manifestação. O governador Luiz Fernando Pezão chamou os envolvidos no protesto de arruaceiros.
Foram mais de duas horas de confronto. Policiais do Batalhão de Choque revidaram com balas de borracha, bombas de gás lacrimogêneo e jatos d’água. Um veículo blindado deu apoio à ação. Manifestantes montaram barricadas com lixo em chamas nas ruas Primeiro de Março, da Assembleia e da Quitanda, que foram fechadas ao tráfego. O trânsito no entorno ficou congestionado. O vidro da parada Sete de Setembro do VLT foi destruído por pedradas. Por causa do ato, o bonde circulou apenas da Parada dos Navios à Rodoviária.
Um grupo de PMs chegou a ficar encurralado na Rua São José, onde um policial foi atingido por uma pedrada no rosto. Do lado de dentro da Alerj, alguns deputados usaram máscaras devido ao cheiro forte de gás e chegaram a sugerir a suspensão da sessão.
A PM informou que suas equipes usaram armamento de baixa letalidade, “para preservar a integridade dos policiais e restabelecer a ordem no local”, mas disparos de arma de fogo foram ouvidos. Segundo a corporação, policiais relataram que manifestantes armados atiraram contra a tropa.
No início da noite, o estudante Carlos Henrique Sena, de 18 anos, militante da Associação de Estudantes Secundaristas do Estado do Rio, deu entrada no Hospital Souza Aguiar ferido por um tiro de bala de borracha, que atingiu fígado e intestino. Ele foi operado e seu quadro era estável. Até a noite, não havia informação sobre o estado dos PMs feridos.
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