A
CPI mostrou que Bolsonaro sabe se organizar
A abertura da CPI nos mostrou uma coisa: Bolsonaro, quando quer, sabe se organizar, desde que seja para defender seus próprios interesses. Em poucos dias, a Casa Civil produziu uma lista de acusações mais completa e detalhada do que a própria comissão. Ele sabe o que ele fez.
Não
se organizou antes porque o motivo não lhe parecia bom o suficiente. Trabalhar
para salvar a própria pele, vá lá, mas se o risco que se apresenta for a morte
de centenas de milhares de brasileiros, o esforço não vale a pena ou não
interessa.
Afinal, não dá mesmo para todo mundo querer viver cem anos, como alertou Paulo Guedes na mesma reunião do Conselho de Saúde Complementar em que falou que a China, principal fornecedor de vacinas e insumos ao Brasil, inventou o vírus e criticou a Coronavac, que representa 84% das vacinas aplicadas no país, apesar do trabalho de Bolsonaro em descredibilizar o imunizante.
Sem
saber que a reunião estava sendo transmitida, disse, sobre o aumento na
expectativa de vida, que não há capacidade de investimento para que o Estado
consiga acompanhar a busca crescente por atendimento médico. Sem entrar na
ordem de grandeza, sobraria algum dinheiro para a saúde se o governo, por exemplo,
não insistisse na fabricação de medicamentos que não funcionam ou não
precisasse ceder um pedaço do Orçamento para se proteger de remédios amargos,
às vezes fatais.
Sobraria também se tivéssemos, com pressa, vacinado o nosso povo. Mais tempo de pandemia significa mais recursos públicos destinados a socorrer os mais vulneráveis. E não, a resposta não é o negacionismo que coloca o povo em risco para a economia não parar. Descoberta e disponibilizada a vacina, o isolamento que afeta a economia deixou de ser culpa do vírus para ser responsabilidade de quem atrasou deliberadamente o plano de vacinação. Vacina, aliás, que não faltou para o general Ramos, que precisou se imunizar escondido para não melindrar o seu chefe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário