Nas
redes sociais, ex-secretário faz o tipo tigrão
Pelo
que vimos nesta quarta (12), bolsonarista é o tipo tigrão nas redes sociais,
quando escorado pelo aparato do governo, mas muito tchutchuca quando precisa
enfrentar uma CPI. Fabio
Wajngarten gaguejou, disse e desdisse, caiu em contradição,
suou, tremeu e, sobretudo, mentiu em seu depoimento à comissão que investiga a
má gestão da pandemia.
O ex-secretário da Secom sofre do mal que acomete essa turma que chegou ao Planalto com a eleição de Jair Bolsonaro. Cria as suas próprias narrativas, seguro de que pode manipular não apenas a opinião pública mas os fatos. Ignora que uma coisa é alimentar a militância bolsonarista com mentiras, a outra é bancá-las quando o que está em jogo é prisão.
Wajngarten achou
que seria uma boa estratégia tentar livrar a barra do presidente ao colocar a
culpa no ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, numa entrevista à revista
Veja, que tem toda a cara de ter sido concedida exatamente para isso. Faltou
combinar com os russos. Os senadores parecem pouco dispostos a tolerar as
artimanhas de que Bolsonaro e apoiadores se servem e pelas quais nunca são
cobrados .
A
Secom, com Wajngarten à frente, fez campanha para o fim do isolamento e contra
a obrigatoriedade da vacina, enalteceu o uso da cloroquina e usou o Telegram,
famoso entre os bolsonaristas, para disseminar essas informações. O
ex-secretário diz que não sabe, não viu, que estava de licença médica, mas o
print é eterno. Seria cômico, se não fosse trágico.
A carta da Pfizer, enviada em setembro de 2020, em que a empresa cobra resposta sobre a oferta de vacinas feita no mês anterior, foi ignorada por dois meses, até que Wajngarten foi procurado, segundo ele, pelo dono da Rede TV. Como a vida de milhões passou a depender da conversa entre um dono de uma empresa privada e um secretário de Comunicação para que a negociação da vacina fosse adiante? Que Pazuello explique em seu depoimento.
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