DEU NA FOLHA DE S. PAULO
Silvana Arantes
De Buenos Aires
Uma ação do sindicato argentino dos caminhoneiros, que bloqueou parcialmente a distribuição dos jornais "Clarín" e "La Nación", ontem e anteontem, provocando atrasos nas entregas, voltou a elevar a tensão entre o governo Cristina Kirchner e a imprensa do país.
O "Clarín", que está em atrito com o governo, classificou de "tentativa encoberta de censura" a ação do sindicato, que também afetou a distribuição de revistas.
Vinculado à CGT (Confederação Geral do Trabalho), central sindical alinhada ao kirchnerismo, o sindicato dos caminhoneiros exigia a afiliação dos trabalhadores do setor de distribuição de jornais.
As negociações estavam em andamento havia nove meses. Segundo o diário "Crítica", o presidente da CGT, Hugo Moyano, que é pai do líder do sindicato dos caminhoneiros, Pablo Moyano, reuniu-se na residência presidencial com o ex-presidente e marido de Cristina, Néstor Kirchner, horas antes da operação, para a qual teria obtido seu aval.
Os jornais atingidos e setores da oposição veem o conflito sindical protagonizado pelo sindicato dos caminhoneiros como uma derivação da Lei de Serviços Audiovisuais aprovada no mês passado pelo governo Cristina -que regula os setores de rádio e TV, mas não o de imprensa escrita.
Por essa ótica, o novo episódio se inscreve na série de episódios recentes envolvendo o governo federal dos quais o Grupo Clarín saiu prejudicado.
Em agosto, a Associação do Futebol Argentino rompeu contrato com empresa do grupo para a transmissão de torneios de futebol por TV a cabo. A AFA assinou acordo com o Estado, que passou a exibir as partidas em canal público.
Em setembro, a sede do diário "Clarín" e residências de diretores do grupo foram alvo de operação-surpresa da Receita Federal, na qual cerca de 200 agentes foram mobilizados.
No mês passado, o governo Cristina conseguiu aprovar a Lei de Serviços Audiovisuais, com o declarado objetivo de "desmonopolizar o setor". A mudança obriga o Grupo Clarín a reduzir seus negócios na TV a cabo.
Silvana Arantes
De Buenos Aires
Uma ação do sindicato argentino dos caminhoneiros, que bloqueou parcialmente a distribuição dos jornais "Clarín" e "La Nación", ontem e anteontem, provocando atrasos nas entregas, voltou a elevar a tensão entre o governo Cristina Kirchner e a imprensa do país.
O "Clarín", que está em atrito com o governo, classificou de "tentativa encoberta de censura" a ação do sindicato, que também afetou a distribuição de revistas.
Vinculado à CGT (Confederação Geral do Trabalho), central sindical alinhada ao kirchnerismo, o sindicato dos caminhoneiros exigia a afiliação dos trabalhadores do setor de distribuição de jornais.
As negociações estavam em andamento havia nove meses. Segundo o diário "Crítica", o presidente da CGT, Hugo Moyano, que é pai do líder do sindicato dos caminhoneiros, Pablo Moyano, reuniu-se na residência presidencial com o ex-presidente e marido de Cristina, Néstor Kirchner, horas antes da operação, para a qual teria obtido seu aval.
Os jornais atingidos e setores da oposição veem o conflito sindical protagonizado pelo sindicato dos caminhoneiros como uma derivação da Lei de Serviços Audiovisuais aprovada no mês passado pelo governo Cristina -que regula os setores de rádio e TV, mas não o de imprensa escrita.
Por essa ótica, o novo episódio se inscreve na série de episódios recentes envolvendo o governo federal dos quais o Grupo Clarín saiu prejudicado.
Em agosto, a Associação do Futebol Argentino rompeu contrato com empresa do grupo para a transmissão de torneios de futebol por TV a cabo. A AFA assinou acordo com o Estado, que passou a exibir as partidas em canal público.
Em setembro, a sede do diário "Clarín" e residências de diretores do grupo foram alvo de operação-surpresa da Receita Federal, na qual cerca de 200 agentes foram mobilizados.
No mês passado, o governo Cristina conseguiu aprovar a Lei de Serviços Audiovisuais, com o declarado objetivo de "desmonopolizar o setor". A mudança obriga o Grupo Clarín a reduzir seus negócios na TV a cabo.
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