Depois de sete longos anos o processo do mensalão está se
encerrando. Em termos, porque ainda virão uma profusão de recursos.
Nem bem assenta a poeira deste, novos escândalos surgem e mais uma vez não são
com personagens, desculpem o trocadilho, de importância marginal no governo.
São a chefe do gabinete do escritório da presidência em São Paulo, o braço
direito do Advogado Geral da União, diretores de Agências Reguladoras, com
menção, assim meio de passagem de velhos conhecidos da Justiça, José Dirceu,
Valdemar da Costa Neto e o ex-senador Gilberto Miranda.
Por mais benevolentes que queiramos ser fica difícil isentar a presidente Dilma
de responsabilidade nessas ocorrências, não é admissível que haja tamanho
desconhecimento da história e da prática de seus indicados para cargos de
confiança e para as agências reguladoras. Se ainda fosse um caso ou outro,
exceções, cuja descoberta, denúncia e medidas saneadoras se dessem a partir da
própria hierarquia funcional, vá lá.
Mas a regra é que a denúncia é da imprensa, da polícia ou do Ministério
Público, geralmente a partir das informações de um participante do
"esquema" ou cúmplice descontente com alguma coisa.
É regra também os envolvidos serem peixes graúdos, Ministro da Casa Civil, Ministro
dos Transportes, diretor do DNIT, Ministro do Esporte, Ministro do Turismo,
Ministro de Articulação Institucional, Ministro do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior e agora, chefe de gabinete de escritório da presidência,
Advogado Geral Adjunto, diretores da Antaq, da Anac e da Ana. Nenhum deles
mequetrefe.
É regra também que as medidas administrativas e punitivas por parte da cúpula
do governo fiquem restritas a demissões e vagas admoestações políticas,
restando ao Ministério Publico e depois à Justiça, de moto próprio, a tomada de
medidas mais sérias, quando há.
Permanecendo dessa mesma forma e com os mesmos critérios de composição e
indicações para os cargos dirigentes do governo podemos ficar certos de que
essas regras continuarão a vigorar e novos "esquemas" serão
engendrados.
Talvez os operadores das falcatruas fiquem mais escolados e refinados, mas a
esperança é que nesse meio de pilantras sem limites, sem remorsos e com ambição
desmedida também é regra que sempre haverá descontentes para dar com a língua
nos dentes, já que de cima ninguém vê nada e quando sabem, choram lágrimas de
crocodilo e sem dizem esfaqueados pelas costas. Coitadinhos.
Urbano Patto é Arquiteto-Urbanista, Mestre em Gestão e Desenvolvimento
Regional, Secretário do Partido Popular Socialista - PPS - de Taubaté e membro
Conselho Fiscal do PPS do Estado de São Paulo. Comentários, sugestões e
críticas para urbanopatto@hotmail.com
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