Siglas temem que legislação restritiva em análise prejudique ação política
Em um primeiro efeito da possibilidade de aprovação de novas regras para dificultar a atuação de partidos de pouca expressão, o diretório nacional do PPS aprovou no final de semana a fusão com o Partido da Mobilização Nacional (PMN). Os passos legais para a união das duas siglas serão tomados na quarta-feira, em congressos extraordinários dos partidos que serão realizados em Brasília.
O PPS informa que o processo de fusão, que já vinha sendo costurado há meses, foi antecipado "em virtude de um golpe engendrado pelo governo do PT para impedir a criação de novos partidos". O congresso extraordinário do PPS acontece a partir das 10 h da próxima quarta-feira.
O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), explicou que a nova formação política iniciada com a decisão não se restringe apenas fusão com o PMN.
– Estamos convocando esse congresso para empreendermos uma fusão com o PMN e ou outra sigla, o que nos garante um plano B – disse ele.
Freire afirmou que "com a tentativa de golpe representada pela votação no Congresso, na próxima semana, da urgência do projeto que quer impedir a formação de novos partidos, não há mais tempo a perder".
Ele lembrou que a ex-ministra Marina Silva e o deputado Paulo Pereira da Silva também estão empenhados em erguer suas próprias estruturas e "as normas não podem ser mudadas ao longo do jogo, como quer o governo".
O deputado compara a fusão com a mudança do PCB para PPS.
– Só que naquela época foi dolorido; não nascemos numa festa – afirmou.
Ele lembrou que o Partido Comunista Italiano havia mudado um ano antes do PCB com o intuito de se ampliar, como foi o caso também do PPS.
A partir da fusão, deverá ser aberto um prazo de 30 dias para que os políticos mudem para o partido sem o risco de perder o mandato. Esse período também é conhecido como "janela".
Com a criação da janela, a expectativa de parte dos integrantes do PPS é que o ex-governador José Serra deixe o PSDB para fazer parte da nova legenda – o que possibilitaria, por exemplo que o tucano garantisse participação como candidato outra vez à Presidência da República.
Fonte: Zero Hora (RS)
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