domingo, 19 de janeiro de 2014

PT do Rio anuncia que deixa governo Cabral em 28 de fevereiro

Decisão foi tomada em encontro que reuniu Rui Falcão, Lindbergh Farias e Washington Quaquá no Centro do Rio

Cássio Bruno

RIO - O PT do Rio anunciou neste sábado, em reunião da executiva estadual, realizada no Sindicado dos Bancários do Rio, no Centro, que deixará o governo Sérgio Cabral (PMDB) em 28 de fevereiro, 32 dias antes de o peemedebista deixar o cargo. A decisão ocorreu após a reunião que contou a participação do senador petista Lindbergh Farias, pré-candidato ao governo do estado, e do presidente nacional do partido, Rui Falcão. Atualmente, o PT ocupa pelo menos 700 postos de trabalho na administração de Cabral, incluindo duas secretarias de primeiro escalão (Assistência Social e Meio Ambiente).

A pressão do PT fluminense de sair do governo Cabral acontece desde o segundo semestre do ano passado. Mas, até então, os petistas do Rio eram contidos pelo ex-presidente Lula afim de não provocar um desgaste com o PMDB na aliança nacional e, assim, não prejudicar a tentativa de reeleição da presidente Dilma Rousseff. Cabral é o principal articulador da pré-candidatura do vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) à sucessão estadual.

- A resolução que foi votada hoje (sábado) é que, a partir do dia 28 de fevereiro, encerra nossa participação no governo Cabral. Ou seja: a partir de 1º de março não haverá mais nenhum petista participando do governo Cabral. Programamos para 22 de fevereiro um encontro do PT que vai oficializar a candidatura do Lindbergh ao governo e, no dia 23 de fevereiro, vamos fazer a apresentação do nosso candidato à militância em uma atividade que pretende reunir 10 mil pessoas no Centro do Rio, dando largada à pré-campanha - disse o presidente regional do PT, Washington Quaquá, que também esteve no encontro.

A reunião deste sábado foi fechada para a imprensa. Pelo menos 250 militantes participaram, além da ex-deputada estadual Cida Diogo e do suplente de vereador Marcelo Sereno, ex-assessor direto de José Dirceu, preso no processo do mensalão, na Casa Civil no governo Lula. Zaqueu Teixeira e Carlos Minc, secretários estaduais de Assistência Social e de Meio Ambiente, respectivamente, não foram ao encontro. Os deputados federais Benedita da Silva, Alessandro Molon e Luiz Sérgio também não.

Em seu discurso, sem a presença dos jornalistas, Lindbergh criticou o governo Cabral, principalmente na área da segurança pública. Depois, durante entrevista, o senador ressaltou que os ataques aos ex-aliados, a partir de agora, vão depender do PMDB.

- O PMDB do Rio tem uma natureza um pouco truculenta, com as declarações do seu presidente (Jorge Picciani). Vai depender muito disso. Estamos prontos para começar uma caminhada para construir uma frente popular. Vamos tentar manter uma relação (com o PMDB) amistosa, mas vai depender deles. O PMDB age com truculência - afirmou Lindbergh, que já foi chamado por Picciani de “moleque” e “carreirista”.

Segundo Lindbergh, ele seria o único candidato capaz de vencer o deputado federal Anthony Garotinho (PR), outro pré-candidato ao governo, em um possível segundo turno. Garotinho é líder das pesquisas de intenção de voto.

- A vitória do Garotinho, pra mim, seria um retrocesso para o Rio de Janeiro - declarou Lindbergh.
Já Rui Falcão ressaltou que a decisão de sair do governo Cabral não prejudicará a aliança nacional com o PMDB:

- Não estamos rompendo com o PMDB. Nós estamos, como em outros estados em que o PMDB tomou a iniciativa (de lançar candidatos ao governo), apresentando uma candidatura própria. Que a aliança nacional siga avançando e que o (vice-presidente) Michel Temer (PMDB) continue a ajudar o nosso governo!.

O presidente nacional do PT está visitando todos os estados para articular palanques regionais para a reeleição da presidente Dilma. Falcão afirmou também que a aliança nacional não pode ignorar disputas locais, como em São Paulo. O PMDB é o principal aliado de Dilma no Congresso. Os peemedebistas estão pressionando a presidente para conseguir comandar o sexto ministério.

Fonte: O Globo.

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