Gabriela Guerreiro – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - O PMDB deverá confirmar nesta terça (10) sua aliança com o PT na disputa à Presidência, mas ao menos 20% dos peemedebistas com direito a voto na convenção nacional prometem se rebelar contra o apoio a Dilma Rousseff.
Segundo a cúpula do partido, a aliança com Dilma deve vencer com mais de 500 dos 738 votos da convenção.
A presidente confirmou presença no final do evento, em que será aclamada pelos integrantes da sigla apenas após ter garantido o apoio.
Para derrubar a aliança, a ala dissidente teria que mobilizar metade do total de votos -número descartado pelo comando peemedebista.
Ao todo, 510 membros têm direito a voto, mas vários sufragam duas ou três vezes por acumularem funções, como lideranças no Congresso e presidências regionais.
As dissidências só não serão maiores porque o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Michel Temer, que também é presidente de honra do PMDB, entraram em campo para controlar a rebelião.
Há duas semanas, os dois dedicam grande parte de suas agendas para atender insatisfeitos e prometer mudanças no comportamento do governo em caso de reeleição.
Lula comprometeu-se a subir em palanques de peemedebistas em Estados nos quais Dilma não poderá apoiar oficialmente o aliado.
Temer, por sua vez, conta com apoio de praticamente todas as alas do partido e é considerado figura-chave em um eventual segundo mandato para atuar como principal interlocutor da sigla junto ao Palácio do Planalto.
Mesmo com a repetição da aliança, caciques do PMDB admitem que Dilma não terá facilidade em negociações caso seja reeleita. A principal irritação é a prioridade concedida pela presidente a candidaturas do PT nos Estados.
Os aliados também reclamam da pouca disposição em recebê-los, assim como do estilo da petista, que não flexibiliza apoios nem sinaliza compensações ao PMDB.
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