Vera Rosa e Tânia Monteiro - O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - A maior preocupação do governo, neste momento, com a possibilidade de o desafeto do Planalto Eduardo Cunha (PMDB-RJ) ser eleito presidente da Câmara é com a governabilidade. Este foi um dos temas da reunião de coordenação política da presidente Dilma Rousseff com ministros próximos nesta sexta-feira, 30, no Alvorada. O Planalto quer evitar, a todo custo, que o clima de instabilidade tome conta do governo justamente em um momento de enfrentamento de problemas na economia, na principal empresa estatal do País e às vésperas de serem anunciados novos envolvidos na Lava Jato.
Dilma está acompanhando todo o desenrolar das negociações e continuará assim no fim de semana, embora o governo negue o envolvimento do Planalto na operação para minar a eleição de Cunha. Todos os ministros entraram de cabeça na campanha do petista Arlindo Chinaglia e o discurso para o público externo, nesta noite, era que o petista estava conseguindo reverter muitos votos e a contabilidade era “cabeça a cabeça”. Mas, na conversa com ministros e assessores, as avaliações eram em torno dos problemas que terão de enfrentar no “day after”.
A eleição no Senado é considerada “menos preocupante”, mas reconhecem que é mais um complicador em um quadro já problemático. “A situação está difícil”, disse um interlocutor de Dilma que tentou rechaçar as acusações de Cunha de que o governo fez o que podia e o que não podia para ajudar Chinaglia. “O governo poderia ter entrado de uma forma muito mais forte”, comentou este assessor palaciano. Neste momento, para o Planalto, o importante é a política de redução de danos, seja lá que resultado for. “O governo vai enfrentar problemas com Eduardo Cunha ele ganhando ou ele perdendo”, observou outro interlocutor de Dilma. Mas continuam investindo na eleição de Chinaglia.
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