• Procuradores querem informações sobre obras em ferrovias e rodovias
- O Globo
Dois executivos da Camargo Corrêa — o presidente da empreiteira, Dalton Avancini, e o vice-presidente, Eduardo Leite — fecharam acordos de delação premiada ontem e passarão a colaborar com a força-tarefa do Ministério Público e da PF que investiga fraudes em contratos de empreiteiras com a Petrobras.
Dalton Avancini e Eduardo Leite, que fecharam o acordo de delação, e João Auler, que teve o acordo recusadoNo entanto, com o presidente do Conselho de Administração da construtora, João Ricardo Auler, o acordo foi recusado pelos procuradores, que consideraram que Auler não se comprometeu a contar tudo o que sabe. Avancini e Leite — os primeiros executivos de uma grande empreiteira a fazer acordo de delação — podem ser soltos ou passar a prisão domiciliar. Os empreiteiros estão na cela da PF em Curitiba desde novembro.
A negociação se estendeu porque os procuradores queriam que eles revelassem fraudes não só na Petrobras, mas também em outras áreas de atuação da Camargo Corrêa. Na mira da Lava-Jato também estão obras e serviços em hidrelétricas, rodovias e ferrovias. Os executivos da empreiteira chegaram a resistir à ideia de falar sobre outros assuntos fora do tema principal da Lava-Jato.
As delações podem tornar as investigações ainda mais explosivas. A Camargo Corrêa foi uma das primeiras empresas flagradas em transações financeiras com o doleiro Alberto Youssef, operador do pagamento da propina no esquema de desvios da Petrobras. E também é uma das empresas com mais doações para campanhas políticas.
Os executivos teriam decidido colaborar por três motivos: prisão prolongada, dificuldade para enfrentar as investigações e risco de condenação à prisão em regime fechado.
Foram preparados acordos individuais. Os benefícios para os delatores — que vão da redução de penas até a não aplicação do regime fechado — serão concedidos em função da importância das informações a serem fornecidas por eles.
Funcionários depõem
Ontem, o juiz Sérgio Moro, da 13 ª Vara Federal de Curitiba, ouviu funcionários da Camargo Corrêa arrolados como testemunhas de defesa de Dalton Avancini e João Auler. Os depoimentos de Alessandra Mendes da Silva, Eduardo Maghidman, Jorge Yasbek, Enes Faria e Rodoal Schlemm foram feitos por videoconferência. Segunda- feira, serão ouvidas as testemunhas de Eduardo Leite, outro executivo da Camargo Corrêa.
Com os dois novos acordos de delação, a força- tarefa da Lava-Jato passa a contar com 15 delatores, entre eles o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef.
Moro já tinha negado o benefício da prisão domiciliar a Eduardo Leite. Os advogados de Leite tentaram relaxar o regime carcerário do cliente ao entregar à Justiça um atestado médico que afirma que ele sofre de transtorno afetivo bipolar. NA WEB glo.bo/1E0znPU Hotel que pertencia a Alberto Youssef é saqueado e pichado na Bahia.
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