• Líder do partido no Senado diz, porém, que maioria votará a favor do ajuste
Fernanda Krakovics – O Globo
BRASÍLIA - O Palácio do Planalto jogou a toalha e não pretende tentar enquadrar senadores do PT contrários ao ajuste fiscal. A avaliação é que seria inócuo e causaria um desgaste desnecessário. Líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE) afirmou ontem que as dissidências na bancada são "insignificantes" e que não haverá fechamento de questão, ou seja, os petistas estão liberados para votar como quiserem.
- O PT vai votar, na sua maioria esmagadora, pelo ajuste. Vamos tentar convencer os dissidentes, mas não sei se isso será possível. Esse número é insignificante perante o tamanho da bancada - afirmou.
LÍder tenta acordo com Paim
Dos 13 senadores do PT, três estão rebelados: Lindbergh Farias (RJ), Paulo Paim (RS) e Walter Pinheiro (BA). O líder da bancada disse que há uma negociação em curso com Paim para que ele vote a favor das medidas provisórias, se a presidente Dilma Rousseff não vetar a flexibilização do fator previdenciário. Mas não há garantia de que isso acontecerá.
Na reunião de coordenação política do governo, ontem, foi criado um comitê técnico para propor alternativas ao fator previdenciário. A ideia é obter uma proposta intermediária que crie condições políticas para que Dilma vete a fórmula 95/85 aprovada pela Câmara e que prevê o fim dos descontos na aposentadoria para aqueles cuja soma da contribuição com a idade for 85 anos (mulheres) e 95 anos, (homens).
Críticos do ajuste fiscal, Paim, Lindbergh e Pinheiro apresentaram ontem requerimento para retirar do texto da Medida Provisória 665 a alteração na regra de pagamento do abono salarial. "Assim, estaríamos preservando o que a Constituição Federal garante ao trabalhador brasileiro, quanto ao pagamento do abono salarial, um salário mínimo e um mês de carência", diz a justificativa do requerimento.
Recado de Temer não agradou
Ministros afirmam que a maioria da bancada votará a favor. Mesmo assim, auxiliares da presidente não gostaram do recado enviado pelo vice-presidente e articulador político do governo, Michel Temer: em entrevista à "Folha de S. Paulo", ele cobrou o enquadramento do PT. Como o Planalto diz estar de mãos atadas, a avaliação é que Temer criou um desgaste desnecessário.
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