• Dificuldades do governo Dilma para administrar as contas se repetem no setor de infraestrutura, como se verifica no caso das ferrovias
O fracasso da administração de Dilma Rousseff (PT) vai dos grandes números das finanças do governo à enorme desordem na gestão dos projetos de infraestrutura –entre os quais estão os de ferrovias, muitas faraônicas, outras frustradas, como se acaba de ver no caso da Oeste-Leste.
Tome-se o trem-bala, que ligaria São Paulo e Rio de Janeiro. A ideia fantástica, gestada no governo Lula, desde 2013 é moribunda, depois de desperdiçados milhões de reais em estudos e na criação de uma estatal de logística. Não houve interesse nesse plano sem projeto ou viabilidade, estimado pelo mercado em R$ 50 bilhões.
Outra ideia fantástica, a da ferrovia Bioceânica, foi anunciada meses atrás. Integra outro grande plano de infraestrutura. Trata-se de um caminho de ferro que, depois de trilhar Goiás, Mato Grosso e Rondônia, atravessaria os Andes e chegaria ao Pacífico pela costa do Peru.
Seria um projeto de interesse chinês, mas criticado por empresas da região. Demandaria investimentos privados de R$ 40 bilhões –estimativa feita no escuro, pois os estudos talvez fiquem prontos somente em meados de 2016.
Quanto às demais ferrovias constantes do plano de logística de Dilma 1, nada foi adiante.
No meio-tempo entre essas propostas mirabolantes, o então presidente Lula anunciou em 2010 a "Joia do PAC": a ferrovia Oeste-Leste (Fiol), que prometeu para 2013. Tratava-se de projeto mais modesto, mas útil. Ligaria um novo porto baiano à ferrovia Norte-Sul.
Por ali seriam carregados minério de ferro, grãos, açúcar e álcool produzidos no oeste baiano. A Fiol propiciaria oportunidades de empreendimento a uma região pobre. O primeiro trecho deveria estar pronto em 2012. O segundo, em meados de 2013.
A ligação com o Tocantins, contudo, ainda não tem traçado final, e não há previsão de término da obra, que já consumiu R$ 3 bilhões.
Não há dinheiro para concluí-la, pois a estatal encarregada, além de inepta, viu-se afetada pelos cortes de investimentos. Os atrasos anteriores deveram-se, como de costume, a projetos ambientais e de engenharia ruinosos –em outros termos, pura falta de planejamento.
Segundo reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo", procura-se agora apenas evitar a paralisação total dos trabalhos e a degradação do que já foi feito. Não é muito, pois está pronta apenas a metade do trecho baiano, que conduzirá a um ponto que ora não existe.
Tais fracassos e desperdícios são ineficiências elevadas a várias potências. A construção da precária infraestrutura do país é retardada de um modo também dispendioso. Um fabuloso fracasso gerencial.
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