quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Réquiem

- O Globo

QUANDO COMEÇARAM a circular notícias sobre uma mensagem da presidente afastada ao povo brasileiro, antes do julgamento final do impeachment, houve quem a comparasse à “carta” apresenta por Lula à sociedade, na campanha de 2002, em que se comprometia a respeitar contratos e as bases da política econômica de FH.

MAS A tal carta de Dilma, lida anteontem por ela para repórteres, sem permitir perguntas — medo de quê? —, não pode ser comparada àquela, de fato um marco na primeira eleição de Lula.

ESTA FOI mais do mesmo: a denúncia do “golpe”, inverossímil, e a bandeira, de que nem o PT acredita, das eleições antecipadas, inexequíveis segundo a Constituição, a partir de um plebiscito sonhático.

MAS O pior foi a coincidência da leitura com o anúncio da abertura de inquérito no Supremo para investigá-la e Lula, sobre tentativa de obstrução da Justiça. Restou um clima de despedida.

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