• Texto em quatro idiomas diz que há violação de direitos
- O Globo
SÃO PAULO - O PT lançou ontem uma cartilha em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Disponível em quatro idiomas, são cinco mil exemplares impressos, dos quais mil serão enviados a jornais do exterior. O documento lista onze direitos de Lula que teriam sido violados nos últimos dois anos, entre eles o de ir e vir, relembrando a condução coercitiva do ex-presidente para depoimento à Polícia Federal em 4 de março deste ano, durante a deflagração da Operação Aletheia, 24ª fase da Lava-Jato.
Além do português, o documento foi impresso em inglês, francês e espanhol para ser enviado à imprensa estrangeira. Em julho, os advogados do ex-presidente já haviam apresentado uma petição na Organização das Nações Unidas (ONU) alegando violação do Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, além de abuso de poder do juiz Sérgio Moro, que preside os processos sobre Lula.
Um advogado australiano foi contratado especialmente para escrever o pedido. Na cartilha, Moro é citado seis vezes. Em uma delas, é acusado de ter divulgado ilegalmente conversas telefônicas do ex-presidente, interceptadas durante as investigações.
“Na ausência de provas, evidências ou testemunhos confiáveis, os algozes de Lula submetem o ex-presidente a uma série de constrangimentos e arbitrariedades, que violam não apenas suas garantias, mas os princípios do estado democrático de direito, ameaçando toda a sociedade”, afirma o documento, intitulado “A caçada judicial ao ex-presidente Lula”. Além dos direitos do petista que teriam sido violados, a cartilha lista todas as ações tomadas pelos investigadores em relação ao ex-presidente, entre elas a quebra do sigilo fiscal e bancário de Lula, do Instituto Lula, da LILS Palestras e de mais 12 pessoas e 38 empresas de pessoas ligadas a ele.
De acordo com o documento, as investigações não encontraram nada capaz de associar Lula aos desvios realizados na Petrobras e investigados na Lava-Jato ou a qualquer outra ilegalidade. A cartilha ainda afirma que nem mesmo os acusados na Lava-Jato que firmaram acordos de colaboração com os investigadores apontaram a participação direta ou indireta de Lula. “E isso é terrivelmente frustrante para os caçadores do ex-presidente”, conclui o documento.
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