- O Estado de S. Paulo
O PT e o PSDB, que ocuparam o poder desde 1995, tanto brigaram e se atacaram nesses anos todos que acabaram excluídos da mesa de posse de Michel Temer hoje. Nem um nem outro, quem sobe a rampa do Planalto e ocupa o Alvorada pelos proximos dois anos é o PMDB.
Na mesa da rápida posse protocolar estavam Temer, Renan Calheiros e Romero Jucá, do PMDB; Rodrigo Maia, do DEM; Waldir Maranhão, do PP. Além deles, o ministro Ricardo Lewandowski e uma única e discreta (apesar de aplaudida) presença tucana, a deputada Mara Gabrielli.
Essa foto já diz muito da personalidade do novo governo que se instala hoje, com o PMDB no comando, o PSDB ora protagonista, ora coadjuvante, e o PT se reorganizando para voltar a fazer uma “oposição enérgica”.
Quem adjetivou foi Dilma Rousseff, mas sua capacidade de liderar essa oposição é ínfima, mesmo que tenha mantido nos 48 do segundo tempo seus direitos políticos. Ferido politicamente ou não, indiciado ou não, é Lula quem dará o tom e a intensidade da oposição petisca ao agora efetivo governo Temer.
Aliás, a tropa do deputado afastado Eduardo Cunha não esperou muito e já está em campo pedindo isonomia: se Dilma Rousseff manteve os direitos políticos, por que Cunha não haveria de?
A porteira foi aberta e, por onde passa boi, passa boiada. Depois de Dilma, Cunha. Depois deles, qualquer um. O impeachment não foi um golpe, mas o Senado hoje rasgou uma página da Constituição, para colocar no lugar um mero destaque de votação. Criou assim um precedente perigoso para o país, mas animador para os senhores e senhoras senadores e senadoras enroladas com a Lava Jato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário