• Procurador-geral contou intenção a parlamentares capixabas
Leticia Fernandes - O Globo
-BRASÍLIA- O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse a parlamentares na última quinta-feira que vai pedir a retirada do sigilo das delações de 77 executivos e ex-executivos da Odebrecht — entregues ontem pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) — tão logo o material seja homologado pelo ministro Teori Zavascki, relator dos processos da Operação Lava-Jato no STF. Por enquanto, a delação está sob sigilo e caberá ao magistrado decidir sobre o pedido de Janot.
O procurador-geral se encontrou com deputados e senadores da bancada do Espírito Santo na manhã de quinta-feira, na sede da PGR, em Brasília, inicialmente para discutir um projeto de resolução que alterou o repasse do ICMS para o estado, alvo de críticas dos parlamentares capixabas. Eles pediram para ter acesso às informações das delações e ouviram do procurador que ele trabalharia pela suspensão do sigilo. Participaram da reunião os três senadores capixabas — Ricardo Ferraço (PSDB), Rose de Freitas (PMDB) e Magno Malta (PR) — e cinco deputados federais, entre eles Lelo Coimbra (PMDB):
— Estivemos com Janot na quinta-feira sobre a resolução de reforma do ICMS estadual, de grande impacto para o Espírito Santo. Ele nos informou ser necessário consolidar a homologação, a partir daí analisar todos os procedimentos e informações que lhe apresentamos. Solicitamos acesso às informações, após aquele dado, e ele nos disse que trabalharia para que o sigilo das delações fosse suspenso — disse Coimbra.
O peemedebista contou ainda que Janot estava tranquilo, mas ansioso pelas férias, que começam hoje, e afirmou que 2016 foi um ano “muito intenso” e com “grandes desafios”.
— Ele estava com uma expectativa grande sobre suas férias e uma viagem a partir do dia 20 de dezembro, pois disse que esse ano havia sido muito intenso e de grandes desafios — contou ao GLOBO o deputado.
A papelada e arquivos eletrônicos das delações da Odebrecht entregues pela PGR ao Supremo ontem, que abrangem cerca de 800 depoimentos, estão guardados numa sala do STF. A entrega foi feita de forma discreta, com a participação de servidores da PGR e do STF.
Janot acelerou os trabalhos de colher os depoimentos após críticas de ministros do Supremo em relação às investigações conduzidas pelo Ministério Público e pela Polícia Federal. A crítica desagradou o procurador-geral, que resolveu acionar vários procuradores para dar mais agilidade e concluir os depoimentos da Odebrecht a tempo de entregá-los ao STF ainda este ano.
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