Débora Álvares – Folha de S. Paulo
BRASÍLIA - O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Gilmar Mendes, afirmou na noite desta segunda-feira (19) que as delações da Odebrecht devem atrasar o julgamento da cassação da chapa Dilma-Temer.
O ministro prevê para o primeiro semestre do próximo ano o julgamento, mas não fixa uma data, primeiro por conta dos prazos do relator. Mas também menciona as delações.
"Se houver alongamento da discussão, se o relator entender que temos que aprofundar, inclusive por causa das delações da Odebrecht, certamente teremos desdobramentos nesta fase".
Para Mendes, as delações possivelmente farão fazer surgir novas frentes de investigações, que podem exigir mais tempo dos ministros para analisar o caso.
A relatoria do processo, apresentado em 2014 pelo PSDB, é do ministro Herman Benjamin, que já havia avisado que só se pronunciaria em 2017.
Segundo Gilmar Mendes, as delações da Odebrecht estão revelando um novo quadro, que coloca "grande insegurança".
"Agora podemos ter doações legais. Ai surgiu a doação legal com propina. Temos a situação do caixa dois puro e simples. E também o caixa dois com propina. Os casos terão que ser identificados nas investigações. Até a doação legal tem uma contaminação muito grande".
Os depoimentos relativos aos acordos de delação da Odebrecht chegaram nesta segunda ao STF (Supremo Tribunal Federal). Cabe agora ao ministro Teori Zavascki homologar ou não as declarações.
O conteúdo da delação de Claudio Melo Filho, ex-diretor de Relações Institucionais da empreiteira, já foi tornado público.
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