“Carl Schmitt, o conhecido teórico do Estado Totalitário, vai ainda mais longe e chega a pretender que todas as teorias políticas puras hão de pressupor o homem forçosamente como um ente “mau” por natureza, ou seja, problemático, “perigoso”, “dinâmico”. E é por esse motivo que, para o ilustre professor de Direito Público da Universidade de Bonn, o liberalismo, posto que não tenha negado radicalmente o Estado, como fazem os anarquistas, não estabeleceu “nenhuma teoria positiva do Estado, mas buscou tão somente associar a Política à Ética e subordina-la à Economia; elaborou uma tese da divisão e do equilíbrio dos 'poderes' e, portanto, um sistema de freios e ‘controles’ do Estado que não se pode designar como teoria de Estado ou princípio político de construção". V. prof. Carl Schmitt – Der Begriff des Politischen, Hanseatishe Verlaganstalr – Hamburgo, 1935-p.42 e 43”
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Sérgio Buarque de Holanda (1902-1982). ‘Raízes do Brasil’, Edição Crítica, p.334. Companhia das Letras, 2016.
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