quinta-feira, 16 de março de 2017

Cinco governadores estão na lista de Janot

Outros 22 nomes de políticos incluídos na lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foram revelados ontem pelo “Jornal Nacional”, entre eles os de cinco governadores: Luiz Fernando Pezão (PMDB), do Rio; Fernando Pimentel (PT), de Minas; Beto Richa (PSDB), do Paraná; Renan Filho (PMDB), de Alagoas; e Tião Viana (PT), do Acre. Além deles, estão na lista Marcos Pereira (PRB), ministro da Indústria e Comércio; os senadores Lindberg Farias (PT), Jorge Viana (PT), Marta Suplicy (PMDB) e Lídice da Mata (PSB) e deputados federais. 

À noite, o presidente Temer disse ter determinado à Advocacia-Geral da União que peça ao ministro Edson Fachin, do Supremo, para pôr fim ao sigilo e liberar os nomes de todos os citados. Procuradores identificaram quatro tipos de doações criminosas a políticos: o caixa 2 tradicional, o caixa 1 com dinheiro de propina, o caixa 2 com recursos da corrupção e o caixa 2 para enriquecimento pessoal. Dois delatores da Andrade Gutierrez disseram que Sérgio Cabral recebeu propina pelo caixa 1.

Governadores na mira

Delação atinge Pezão, Pimentel, Renan Filho, Tião Viana, Richa e o ministro Marcos Pereira

- O Globo

-BRASÍLIA- O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu abertura de inquérito contra os governadores do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB); de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT); do Paraná, Beto Richa (PSDB); de Alagoas, Renan Filho (PMDB); e do Acre, Tião Viana (PT). Eles são suspeitos de movimentar recursos recebidos da Odebrecht e não devidamente declarados à Justiça Eleitoral. As informações foram divulgadas ontem pelo Jornal Nacional, da TV Globo.

Os pedidos de investigação contra os cinco governadores fazem parte da lista de pedidos de apuração que Janot enviou anteontem ao Supremo Tribunal Federal (STF). Para governadores, se não houver outros políticos envolvidos com foro no STF associados à denúncia que pesa contra eles, os inquéritos deverão ser remetidos ao Superior Tribunal de Justiça, a Corte que investiga governadores.

Ainda segundo o Jornal Nacional, Janot pediu abertura de inquérito contra o ministro Marcos Pereira, da Indústria e Comércio, presidente licenciado do PRB. Ele é o sexto ministro do governo Temer a entrar na lista de Janot. Também são alvos de pedidos de inquérito, de acordo com o Jonal Nacional, os senadores Jorge Viana (PTAC), Lindbergh Farias (PT-RJ), Marta Suplicy (PMDB-SP), e Lídice da Mata (PSB-BA) e os deputados Marco Maia (PT-RS), Andrés Sanchez (PT-SP), Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), José Carlos Aleluia (DEM-BA) e Paes Landim (PTB-PI).

TEMER USARÁ AGU PARA PEDIR FIM DO SIGILO 
Em jantar com a bancada do PMDB no Senado, o presidente Michel Temer disse que determinou à advogada-geral da União, Grace Mendonça, que solicite formalmente ao ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF, a liberação imediata dos nomes de todos os citados nas delações da Odebrecht. Causou mal-estar ao governo e aos peemedebistas o que consideram vazamentos seletivos de nomes de políticos envolvidos no esquema.

Janot sugere investigação, porém fora do STF — porque os investigados não ocupam cargo público —, contra o ex-ministro Geddel Vieira Lima, o exgovernador do Rio Sérgio Cabral, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e o presidente da Fiesp, Paulo Skaf. Está na lista Anderson Dorneles, ex-assessor pessoal da ex-presidente Dilma Rousseff.

Pelo menos dois prefeitos foram citados, e o Ministério Público Federal recomenda a investigar em foro específico os prefeitos Duarte Nogueira (PSDB) e Edinho Silva (PT), esse último ex-ministro do governo Dilma e tesoureiro da campanha de 2014. Edinho Silva disse que sua conduta como tesoureiro se deu “dentro da legalidade e de forma ética”.

Pezão disse desconhecer o teor do pedido e afirmou que Janot já pediu o arquivamento de outro inquérito e que está “à disposição” da Justiça. Aleluia, Paes Landim, Renan Filho, Beto Richa e Tião Viana disseram que só receberam doações legais.

Marco Maia disse que desconhece as acusações, que repudia a “divulgação seletiva” e que só recebeu contribuições legais. A defesa de Cabral disse que só vai falar quando for comunicada oficialmente. Lindbergh diz confiar que os fatos serão esclarecidos, como ocorreu em outras situações. “Estou convicto de que o arquivamento será o único desfecho possível. A Justiça será feita”, disse em nota. Geddel, Pimentel e Tião Viana não comentaram.

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