Thais Bilenky / Folha de S. Paulo
SÃO PAULO - Sem ser consultado pelo senador Aécio Neves (MG), o governador paulista, Geraldo Alckmin, ficou contrariado com a decisão de destituir Tasso Jereissati da presidência interina do PSDB.
Pré-candidato a presidente da República, Alckmin tem boa relação com Tasso. Para o governador paulista, a presidência do PSDB é estratégica no esforço de viabilizar a sua candidatura.
Em comunicado, o governador paulista disse que "eu não fui consultado. E, se fosse, teria sido contra, porque não contribui para a união do partido".
Aliado do governador, o presidente do PSDB paulista, Pedro Tobias, chamou a destituição de Tasso de "totalmente inoportuna, inconsequente e irresponsável".
Em nota, Tobias afirmou que a decisão de Aécio "contraria o esforço partidário em prol da união e da convergência e demonstra total desalinhamento com o que esperam as bases e as lideranças do partido".
"Com a decisão, o senador Aécio Neves, que tanto já constrangeu o PSDB, dá mais uma vez sua contribuição na tentativa de acabar com o partido. Merece nosso repúdio e lamento."
José Aníbal, presidente do Instituto Teotônio Vilela, assumiu outra linha. Disse que a posse interina de Alberto Goldman será positiva para unificar o partido.
"No fundo, estava se criando ambiente de muita contundência", afirmou Aníbal.
"Goldman tem enorme experiência política, é duro de queda, não vai ter conversa, vai seguir as regras e vamos fazer uma boa convenção. Não pode ser no grito."
O prefeito João Doria (PSDB), que tem em Goldman seu grande desafeto no ninho tucano, foi econômico. Disse que, "dadas as circunstâncias, parece justa" a mudança.
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