Com o ex-presidente potencialmente inelegível, partido põe em prática ‘plano B’ e Manuela D’Ávila sai da disputa
- O Estado de S. Paulo.
Um dia após o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Lava Jato, ser oficializado candidato à Presidência, a Executiva Nacional do PT aprovou ontem o nome do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como vice na chapa e fechou uma aliança com o PCdoB, que passa a integrar a coligação formada também por PROS e PCO. Pelo acordo anunciado já na madrugada de hoje, Manuela D’Ávila deixa de ser candidata ao Palácio do Planalto pelo PCdoB, que assumiria a vaga de vice caso a Justiça confirme a inelegibilidade de Lula. O petista foi condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro e cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão. Na condição de candidato a vice, Haddad, que também é o coordenador do programa de governo do PT, passa a ser o principal porta-voz de Lula e representante da candidatura petista em debates e sabatinas.
A Executiva Nacional do PT aprovou na noite ontem o nome do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad como candidato a vice na chapa presidencial do partido e fechou uma aliança com o PCdoB, que passa a integrar a coligação formada também por PROS e PCO. O acordo foi orientado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato. Com isso, Manuela d’Ávila deixa de ser candidata ao Palácio do Planalto pelo PCdoB, que terá o direito de assumir a vice na chapa após a Justiça Eleitoral definir a validade da candidatura de Lula. Mesmo cumprindo pena de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-presidente foi oficializado no sábado candidato do PT. Ele, porém, está potencialmente inelegível com base na Lei da Ficha Limpa após a condenação em 2.ª instância. Na prática, a indicação de Haddad deflagra o “plano B” da sigla na disputa presidencial.
O entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de que as chapas precisam estar oficializadas até 24 horas após o fim das convenções acelerou a decisão do PT e de outros presidenciáveis.
Ontem, o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, escolheu o general da reserva e presidente do Clube Militar, Hamilton Mourão (PRTB), como vice em sua chapa. Líder nas pesquisas de intenção de voto nos cenários sem a presença de Lula, Bolsonaro ressalta sua origem militar ao escolher um general da reserva como companheiro de chapa. Outro concorrente ao Palácio do Planalto, o presidenciável do PDT, Ciro Gomes, terá como vice a senadora e correligionária Kátia Abreu (TO), ex-presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Os anúncios foram feitos no prazo final para a realização das convenções partidárias e a definição das chapas majoritárias que concorrerão nas eleições de 2018. O fim de semana representou a largada da corrida eleitoral e deu formato à disputa presidencial deste ano. Ao todo, dos 26 postulantes iniciais foram oficializadas 13 candidaturas ao Palácio do Planalto, o maior número desde 1989 – naquele ano 22 concorreram no primeiro turno da primeira eleição direta pós-redemocratização.
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