Tucano rebate declarações do candidato do PSL de que 'não há garantia nas eleições'
Cristiane Jungblut | O Globo
BRASÍLIA - O candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, reagiu às declarações do líder nas pesquisas de intenção de voto, Jair Bolsonaro (PSL), de que poderá haver fraude na eleição deste ano. O tucano disse que Bolsonaro pode estar querendo "justificar uma derrota antecipada" e defendeu o modelo da urna eletrônica, afirmando que o modelo brasileiro é um exemplo para o mundo. Estagnado nas pesquisas e dentro do discurso de pregar o voto útil, Alckmin disse que vai trabalhar para reduzir o ódio no país e para ser uma opção à polarização entre Bolsonaro e Fernando Haddad(PT).
A declaração de Alckmin faz coro ao posicionamento do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli. Neste domingo, Bolsonaro fez uma transmissão ao vivo nas redes sociais e disse que poderia haver fraude na eleição, lembrando que sempre defendeu o voto impresso.
— Por que ter fraude? Ele está querendo justificar a derrota antecipada? Por que fraude? Disputei dez eleições: ganhei, perdi, e não teve fraude nenhuma. Aliás, o Brasil é um exemplo para o mundo de avanço na área tecnológica, eleitoral, tem até uma Justiça Eleitoral — disse Alckmin, enfatizando que o mundo está preocupado com o Brasil neste momento. Para ele, é preciso construir uma alternativa a Bolsonaro e Haddad. Ele tem dito que votar em Bolsonaro é o "passaporte para a volta do PT ao poder".
— Isso não vai acontecer (polarização Bolsonaro e Haddad num segundo turno), vamos trabalhar muito para que o Brasil tenha uma opção melhor, para que o país saia dessas aventuras e possa realmente trilhar o que interessa para a população. Precisa reduzir um pouco o ódio político, e a gente pensar no Brasil — disse o tucano, acrescentando que é preciso fazer um "esforço conciliatório" o país.
Alckmin disse que o Brasil não precisa de aventura, apostando na pregação do voto útil. Para ele, a eleição tem "ondas", com o comportamento do eleitor se definindo na reta final da campanha eleitoral.
— A gente percebe uma eleição indefinida, meio por ondas, ou seja, você vai tendo ondas. E as decisões das últimas eleições foram mais ao final, perto do dia da eleição, e nesta, com muito mais razão, será mais ao final pelos fatos que ocorreram durante o processo eleitoral. A situação não é simples. O mundo inteiro está preocupado com o Brasil. O mundo inteiro quer investir no Brasil. Agora, precisa ter "não-aventura", precisa ter governo que realmente ponha nos trilhos a nossa economia — disse ele.
Ao falar da situação na Venezuela, Alckmin disse que a democracia é o "valor maior", mas não respondeu se a democracia estava em risco no Brasil.
— Primeiro, é a defesa absoluta da democracia. Para nós, democracia é valor, é princípio, é respeito ao povo. É um país vizinho, temos que ter canais e ver a forma de ajudar. O Brasil tem uma tradição humanitária, o que não pode é um Estado como Roraima, sozinho, arcar com as dificuldades. O governo federal tem que ser parceiro — disse ele.
Antes de participar de almoço com embaixadores de vários países, Alckmin disse que quer "vender o Brasil no exterior e fechar o maior número de acordos internacionais":
— Pretendo ser o vendedor do Brasil, no bom sentido, no sentido de colocar nossos produtos lá fora. O Brasil precisa saber jogar o jogo do século XXI, precisa pisar no acelerador do comércio exterior.
Nas conversas que teve nesta segunda-feira, Alckmin repetiu que o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) fez críticas corretas ao comportamento do PSDB, em especial ao fato de o partido ter ingressado no governo do presidente Michel Temer.
Nesta segunda-feira, Alckmin esteve na sede do Unicef, conversou com a imprensa estrangeira e ainda almoçará com embaixadores e fará uma visita à Cidade Estrutural, comunidade do Distrito Federal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário