De
volta ao palanque, o ex-presidente Lula disse não ter tempo para pensar numa
candidatura em 2022. Conversa de político. O petista é mais candidato do que
nunca. E já deixou claro que pretende montar uma aliança ampla para enfrentar
Jair Bolsonaro.
Em
tom conciliador, o ex-presidente estendeu a bandeira branca a empresários e
congressistas que se uniram há cinco anos para despejar o PT do poder. “O povo
elegeu quem ele quis eleger. Nós temos que conversar com quem está lá para ver
se a gente conserta este país”, afirmou.
Lula rebateu o discurso, reciclado desde 1989, de que sua candidatura causaria fuga de capitais e disparada do dólar. Disse que só é radical porque “quer ir à raiz dos problemas” e pediu: “Não tenham medo de mim”. Ele criticou os devotos do “Deus mercado”, mas prometeu investimento em infraestrutura, apoio a pequenos empresários e transferência de renda aos mais pobres.
“Enquanto
o governo não cuida de emprego, não cuida de salário, não cuida de renda, você
tem que ter um salário emergencial para que as pessoas não morram de fome. Isso
não precisa ler Marx pra entender, não precisa ler artigo do Delfim Netto”,
ironizou.
O
petista apelou ao pragmatismo das elites desiludidas com o capitão. Detonou o
descaso com a pandemia e descreveu o Brasil como um país sem governo, refém de
milicianos e terraplanistas. Lembrou que, em sua gestão, o país se tornou a
sexta maior economia do mundo. Hoje é a 12ª, depois da recessão de Dilma, dos
pibinhos de Temer e do novo tombo com Bolsonaro.
Quem
se eleger em 2022 deverá encontrar condições mais difíceis do que ele
encontrou, mas a comparação com o passado de prosperidade é um trunfo difícil
de tirar do ex-presidente.
Numa
pista do seu plano de voo, Lula relembrou a chapa com o empresário José Alencar
que o levou ao Planalto em 2002. “Foi a primeira vez neste país que nós fizemos
uma aliança entre o capital e o trabalho”, disse.
O petista indicou que tentará arrancar parte do Centrão do colo de Bolsonaro. Desautorizou aliados que falam em “frente ampla”, mas se recusam a conversar com “determinados políticos”. “Frente ampla é se a gente tiver capacidade de conversar com outras forças políticas que não estão no espectro da esquerda. É possível? É”, garantiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário