Embalados nessa
cantilena, centrados em seus umbigos, deixam de reparar o abismo que se abre a
seus pés e de toda a sociedade com o avanço do fascismo, que apura a sua mira
em direção ao STF, até aqui o maior obstáculo aos intentos liberticidas, poder desarmado
apenas detentor do bom direito. O cenário internacional com o transcorrer dessa
infame guerra na Ucrânia é mais uma pedra no caminho dos que lutam contra os
regimes autocráticos, como aqui nas posições favoráveis do atual governo ao
regime discricionário russo, em claro desafio às melhores tradições da nossa
política externa.
Nesse quadro, que ainda pode se agravar com uma eventual vitória dos republicanos nas eleições legislativas americanas, salvo a UE e a jurisdição benfazeja da ONU nas relações internacionais, somente devemos contar com forças próprias, em primeiro lugar numa articulação inédita das forças políticas, tão ampla quanto possível, a ser amparada por uma corajosa mobilização popular em defesa da economia popular sempre com foco na valorização das nossas instituições democráticas. Tal articulação deve necessariamente incluir o Centrão e todas as forças e personalidades que dependam do voto para a satisfação dos seus interesses. No caso, deve-se destacar a recente manifestação dos presidentes do Senado. Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Artur Lira, em defesa do nosso sistema eleitoral, atacado pelo presidente Bolsonaro em sua estratégia de derruir as bases da nossa democracia.